Capitão Américas

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Hervé Sedky, presidente da Reed Exhibitions Américas, fala sobre a atuação global da empresa e os planos para o Brasil

Nascido na França, Hervé Sedky é formado em Administração Internacional de Empresas pela Northeastern University, com especialização no curso de Programa de Gerenciamento Executivo (PMD), da Harvard Business School. Hervé atuou durante 22 anos como executivo da American Express Company, ocupando os cargos de vice-presidente Sênior e diretor-geral da American Express Business Travel.

Em 2014, Hervé se juntou a Reed Exhibitions para ocupar o cargo que antes pertencia a Chet Burchett, atual CEO global da empresa. Como presidente da Reed Exhibitions Américas, Hervé é o responsável por uma empresa que organiza anualmente mais de 100 eventos e exposições líderes em seus setores na América do Norte e do Sul. A Radar Magazine conversou com o executivo, que falou sobre suas perspectivas deste mercado e a atuação da Reed Exhibitions no Brasil e no mundo.

Quais os principais desafios de ser o responsável pelas Américas em uma empresa líder do setor de feiras?
Tenho a sorte de gerir uma divisão da empresa em que existe a oportunidade de partilhar as melhores práticas entre os três mercados em que operamos na América. Escuto de nossos expositores e visitantes que eles veem a Reed Exhibitions como um elo fundamental para alcançar os seus objetivos de marketing e negócios. Por isso, é nossa obrigação buscar formas de sempre melhorarmos o que podemos oferecer a eles.

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E como melhorar?
Este desafio se estende para além do “chão” das feiras. É um trabalho que deve ser feito ao longo do ano. Por isso, estamos investindo fortemente para compreender a fundo as necessidades de nossos clientes e, com isso, desenvolveremos produtos ligados à área digital e de dados que satisfaçam os seus objetivos de marketing. Meu principal objetivo nas Américas é entregar inovação e excelência de uma maneira consistente. Este é um fator que irá continuar a diferenciar a Reed Exhibitions como líder de mercado.

Quantos eventos serão realizados nas Américas em 2017?
Nas Américas, durante 2017, iremos realizar mais de 100 eventos divididos entre EUA, México e Brasil.

Como é a estrutura da Reed Exhibitions?
A Reed Exhibitions é liderada pelo Chet Burchett, nosso CEO mundial. Operamos em 30 países, com 500 eventos organizados em quatro regiões geográficas principais: Américas, Ásia, Europa e Oriente Médio. Cada região possui seu presidente.

E como é a divisão desta estrutura nas Américas?
Na região das Américas, algumas funções operacionais estão ligadas a mim e outras a seus respectivos presidentes em cada país. A parte de digital, M&A, tecnologia e TI, financeiro, RH e jurídico são ligadas a mim, assim como os dois presidentes que lideram a operação no México/Estados Unidos e no Brasil, Nancy Walsh e Fernando Fischer, respectivamente. Estes dois presidentes são os responsáveis por gerenciar as equipes locais, o portfólio, as vendas, o marketing, a operação, o atendimento aos clientes e realizar a análise de dados. Nas Américas, a Reed tem escritórios nos EUA, México e Brasil.

Pretendem abrir outros escritórios nos continentes?
A Reed Exhibitions está sempre interessada em entrar em novos mercados em que podemos agregar valor à indústria de exposições local, à sua economia e, especialmente, onde podemos levar nossas próprias marcas. É naturalmente importante para nós entrar em mercados que continuarão a permitir nosso crescimento e alcançar um bom nível de escala. Também analisamos com muito cuidado como novos mercados podem beneficiar a nossa presença nas Américas e o que poderemos oferecer aos nossos clientes nos setores de mercado que já atuamos. No momento, enquanto não temos planos iminentes de expandir nossa presença física em outros países das Américas, seguiremos de olho nos melhores momentos e oportunidades. Temos visto um forte aumento na indústria de feiras no México.

Como você vê este mercado?
O México é e continuará a ser um mercado extremamente importante para a Reed Exhibitions. Somos, por uma margem considerável, o maior promotor de feiras do país e estamos empenhados em continuar a expandir nossa presença. O México é visto pela Reed como um mercado atraente e em crescimento, com setores
de atuação diversificados. Isso, juntamente com a cultura empresarial local positiva, que aprecia realizar negócios presencialmente, fazem do México um ambiente muito atrativo para executarmos eventos.

E como foi a entrada neste mercado?
Nós construímos nosso negócio no México por meio de uma combinação entre aquisição e lançamentos de eventos nossos. Estamos sempre em busca de oportunidades de parcerias com associações e empresários locais do México, onde temos um grande histórico de sucesso e podemos ajudá-los a promover o
crescimento de seus eventos. Também estamos trabalhando em uma série de oportunidades para nossos eventos globais no México, que em contrapartida está investido e comprometido a ajudar o desenvolvimento da indústria de eventos nacional e toda sua cadeia.

Qual é a importância do mercado brasileiro para a empresa e como você vê o desempenho de Reed Exhibitions Alcantara Machado?
O mercado brasileiro é extremamente importante para Reed Exhibitions. Historicamente, o Brasil tem sido um importante motor de crescimento e estamos ansiosos para a recuperação da economia. Sabemos que isto não irá ocorrer da noite para o dia, assim como sabemos que a indústria de feiras terá um atraso de retomada em relação à economia quando o período de recessão acabar. Por isso, o nosso foco neste momento é garantir retorno aos clientes que participam dos nossos eventos e que a Reed Exhibitions Alcantara Machado possa colaborar com seus negócios neste momento difícil.

Quais regiões você enxerga com potencial de crescimento para feiras nos próximos anos?
Eu acredito que os mercados emergentes continuarão a oferecer oportunidades para um player global, como a Reed Exhibitions. Estamos empenhados em continuar a investir no desenvolvimento de nossa presença nessas áreas. Uma série de grandes países e regiões em que a Reed tem uma presença significativa também
enfrenta períodos econômicos difíceis, mas acreditamos que, quando se recuperarem plenamente, serão ótimas oportunidades de negócios, incluindo a zona do Euro, China e Brasil.

Nos últimos anos o mercado brasileiro de feiras de negócios tem sido dominado por grandes empresas multinacionais. Como você vê esse movimento?
Embora muitos dos grandes players já estejam no Brasil, acredito que outros ainda tentarão entrar com a melhora do cenário econômico. A participação da Reed Exhibitions no mercado brasileiro tem sido muito positiva, gerando empregos, investimentos e compartilhando as melhores práticas de nosso negócio global. Acredito também que a dinâmica desta indústria ainda irá evoluir. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos acompanhado um significativo crescimento de fundos de investimentos neste setor de feiras. Embora no Brasil isso ainda ocorra de uma maneira limitada, eu acredito que aumentará no futuro.

Com a grande diferença entre a nossa moeda e o dólar e o euro, agora é uma boa oportunidade para novas aquisições de empresas ou feiras específicas no Brasil?
A moeda é um fator importante e certamente faz do mercado brasileiro um local mais atraente do ponto de vista de investimento. No entanto, existe uma série de outros fatores igualmente importantes e que temos que levar em conta antes de investir ainda mais. O mais importante deles é a recuperação da economia e o impacto que a aquisição de novos eventos pode ter em nosso negócio, principalmente em um período desafiador. Estamos, sim, interessados em fazer aquisições e investir em lançamentos, mas vamos fazer de forma seletiva, em setores que oferecem características de crescimento atraentes e nos quais podemos adicionar valor através de nossos eventos já existentes nas Américas.

Que setores a Reed Exhibitions não atua ainda, mas acredita que pode ser explorado no mercado brasileiro?
Existe uma série de maneiras de aumentar os setores de mercado abrangidos pela Reed Exhibitions. Uma delas é alavancar nossos eventos globais para que eles possam atravessar as fronteiras com êxito. A Batimat e Pollutec, por exemplo, são eventos globais e de sucesso no Brasil. Isto pode ser extremamente vantajoso, pois podemos trazer clientes internacionais para o mercado a partir de nossas capacidades de vendas globais. Outras oportunidades são por meio de lançamentos e aquisições. E, finalmente, e mais importante de tudo, queremos entrar em novos setores em que acreditamos que podemos adicionar valor aos nossos clientes, nacional e internacionalmente.

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Entrevista tirada da Radar Magazine edição 35.
Para ter acesso a versão digital da Radar Magazine 35, acesse: Radar Magazine edição 35.