Liliane Bortoluci, diretora da FEICON BATIMAT

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Grandes obras nos próximos cinco anos distribuídos entre os vários setores, como energia, combustíveis, saneamento, transporte, indústria e infraestrutura de habitação, fazem crescer investimentos na área de construção civil em aproximadamente R$ 1,68 trilhão, pelas previsões da Fundação Getúlio Vargas. A confiança na construção voltou a subir graças ao número cada vez maior de empresas no mercado – hoje são mais de 223 mil empresas, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) – e ao crescente emprego gerado no segmento, em torno de 1,71 milhão de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário, acontece de 10 a 14 de março de 2015, a 21 edição do Salão Internacional da Construção (FEICON BATIMAT), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Conversamos com a diretora da FEICON BATIMAT, Liliane Bortoluci, para saber mais sobre a feira e qual a sua visão sobre o setor.

 

1.     Como anda o setor da construção civil no Brasil?

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Para este ano é esperado um crescimento de 2%, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Fora isso, existem grandes obras no Brasil para os próximos cinco anos em vários setores, como energia, combustíveis, transporte, indústria e infraestrutura de habitação que estimulam os investimentos no segmento – uma média de R$ 1,68 trilhão, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Com isso, existem boas expectativas para a construção civil no Brasil para os próximos anos.

 

2.     Especialistas dizem que o mercado está estagnado. O que deve ser feito para mudar este panorama?

É importante que o governo volte a investir no setor da construção, incentivar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que nos últimos anos ficou mais lento. O aumento de obras de infraestrutura e a recuperação do mercado imobiliário, principalmente em São Paulo, podem significar um novo fôlego para o setor. É importante investir mais na confiança do empresariado para que haja um crescimento suficiente da demanda.

 

3.     Quais incentivos devem ter o setor para que volte a crescer consideravelmente.

Está respondido na pergunta anterior: investir no empresariado, incentivar os programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, e aumentar as obras de infraestrutura.

 

4.     Depois das obras de infraestrutura para a Copa, o que mudou?

A Copa foi responsável por grande parte dos investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana em aeroportos, portos e estádios, além de todo o seu entorno. Algumas entidades estimam que foram investidos mais de R$ 20 bilhões no setor para a realização do evento. Após tantos investimentos, é natural que haja uma desaceleração. Agora é preciso que se crie eventos esportivos no país, além de parcerias público-privadas e financiamentos públicos, com o objetivo de estimular a aquisição de habitações populares. Só assim o mercado volta a ter um aquecimento.

 

5.    Como anda a qualificação dos profissionais deste setor? Temos mão de obra especializada?

Mão-de-obra não falta para o setor. O desafio está em manter e qualificar as equipes de trabalho. Ao mesmo tempo que há uma maior qualificação do operário – hoje há vários cursos oferecidos pelos institutos federais e sindicatos, por exemplo, que diminuíram a lacuna entre o engenheiro e o operário –, ainda há aqueles trabalhadores que buscam na construção civil a sua primeira oportunidade de trabalho, com pessoas sem treinamento, que acabam adquirindo conhecimento ao longo da obra. O número de vagas na construção civil brasileira, segundo a Fundação Getúlio Vargas, em 2013 foi de 1,54% maior do que em 2012, citando dados mais recentes. Foram 52 mil contratações a mais, quase todas para quem tinha capacitação. Ou seja, há grandes perspectivas para quem trabalha nessa área e está em busca de conhecimento.

 

6.     Fale um pouco mais sobre a FEICON BATIMAT.

A FEICON BATIMAT (Salão Internacional da Construção) se consolidou ao longo dos anos como a maior vitrine da construção civil da América Latina. É um espaço para realizar novos negócios que ajudarão a impulsionar o mercado da construção civil do Brasil. É ainda um local para troca de informações, já que, ao lado das exposições, também promovemos discussões sobre temas relevantes com especialistas renomados do segmento. A Feicon privilegia lançamentos, novas tecnologias e mostra de produtos de ponta.

 

7. Qual o diferencial?

Além de mostrar os produtos que estarão no mercado da construção civil, muitos deles em primeira mão, a Reed Exhibitions Alcantara Machado também se preocupa com a qualificação do profissional e promovemos palestras com grandes nomes da construção civil. Além disso, o público é qualificado, formado por arquitetos, compradores do setor de construção, construtores, designers de interiores, distribuidores, engenheiros, especificadores, incorporadores, lojistas e revendedores.

 

8. Quais as novidades?

Além do lançamento de produtos, o Ciclo de Seminários FEICON BATIMAT 2015 será uma das novidades da Feira deste ano e contará com apresentações técnicas, palestras, painéis de debates e estudos de casos que acontecem simultaneamente ao evento. Serão quatro dias de seminários sobre os principais desafios, tendências, tecnologias e soluções para o mercado de construção que permitirão que executivos possam obter informações estratégicas para atualização e qualificação profissional. Outro destaque será a Ilha do Conhecimento, um espaço inovador e exclusivo onde os expositores apresentarão conteúdos técnicos e informações sobre os seus produtos e serviços.

 

9.    Qual a expectativa?

A expectativa para esta edição é que mais de 120 mil visitantes qualificados que estarão presentes nesta edição