Sérgio Pasqualin presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo

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Após passar por algumas empresas como Grupo Pão de Açúcar e Shopping Center Iguatemi, e ajudar na implantação da C&A no Brasil, Sergio foi convidado em 1993 a fazer parte de um plano ambicioso do Grupo Baumgart, comandar o então mais novo equipamento de exposições de São Paulo, o Expo Center Norte. No mesmo ano, o pavilhão realizou seu primeiro evento, a Feira Internacional de Esportes (promotor Lemos Brito junto com Pelé). Os 30 mil metros quadrados de área total do pavilhão tornaram-se hoje 98 mil metros quadrados e, em 2013, foram realizas mais de 80 feiras, com 16 mil empresas expositoras e em torno de 2 milhões de visitantes no total.

Agora o diretor-superintendente do Expo Center Norte tem pela frente um grande desafio, cuidar desse setor dinâmico e abrangente que ele ajudou a criar. Recém–empossado como presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Abevt), Sergio pretende instituir uma plataforma educacional e de qualificação para o setor.

Quando você entrou para Abevt?

Eu tive a satisfação de ter sido convidado há três anos e meio para fazer parte dessa academia. Cada cadeira tem o seu patrono, e o meu não poderia ser outro que não o empreendedor Curt Valter Otto Baumgart, que era o presidente do Grupo Baumgart.

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Como aconteceu o convite para ocupar a presidência da Academia?

Tive o prazer de ter tido o Wagner Ferreira como presidente nesse período em que fui convidado. Depois de várias sugestões dadas, houve um consenso, e a Academia trabalha sempre por consenso. Então eu tive a honra de ser indicado como presidente.

Mais uma coisa para fazer na vida, mas com uma intenção muito boa. Uma das novidades que você traz junto com sua posse é a de instituir uma plataforma educacional e de qualificação. Por que esse foco?

Quando fizemos em setembro do ano passado a reunião na diretoria, eu fiz uma proposta dentro do setor de educação. Essa área é vital para qualquer setor da economia e fundamental para qualquer sociedade. Nós pretendemos montar uma qualificação com conhecimento internacional, para que essas pessoas tenham uma proximidade com esse nosso mercado que é essencialmente globalizado. E essa formação ainda não foi desenvolvida.

E como foi elaborado esse plano?

A academia tem vários setores, mas pela minha proximidade do mercado na área de pavilhões e feiras eu fiz alguns contatos no exterior, iniciando pela Messe Düsseldorf. Com o CEO Werner Dorscheidt, desenvolvemos em conjunto um início de um projeto que envolveria as universidades no Brasil e os pavilhões no exterior. Esse projeto foi desenvolvido e hoje já está em fase muito adiantada da sua concretização.

E como funcionará?

Por parte das instituições de ensino nós necessitamos que eles indiquem cinco alunos graduandos, que apresentem trabalho de TCC voltado ao setor de evento e turismo e possuam inglês fluente. Esses cinco alunos enviarão seus currículos para a academia, e nós teremos uma banca formada pelos acadêmicos, em que vamos entrevistar esses alunos. Desses cinco de cada faculdade nós vamos selecionar dois. Esses selecionados farão estágios em pavilhões, promotoras e montadoras de eventos de São Paulo.

Uma vez feita essa parte no Brasil, eles irão para o exterior onde estagiarão e verão a mesma coisa em um outro modelo. Qual a diferença entre os modelos?

Os pavilhões na Europa têm uma característica diferente dos daqui do Brasil. Eles próprios são promotores e também têm joint-venture com montadoras. As raízes do negócio de feiras no exterior, leia-se Europa e Estados Unidos, são totalmente diferentes das raízes no Brasil. Nós estamos em uma fase de mudança e aprendizado em conjunto, em que cada vez mais é necessário o promotor ser especializado no mercado e os equipamentos proverem os serviços. O que estamos falando no projeto educacional é para ver o que existe lá fora para ser adaptado aqui. É uma troca muito interessante, é um trabalho maravilhoso que tem que ser desenvolvido.

Quais as promotoras, pavilhões e instituições educacionais que estão envolvidas nesse projeto?

Nós já fizemos contato com a FGV, Anhembi Morumbi, Faap, Senac e ESPM. De pavilhão nós temos o Expo Center Norte e o Transamerica, no Brasil; Messe Düsseldorf, na Alemanha; e conversas com Fiera Milano e NurembergMesse. Com as promotoras, já temos conversas desenvolvidas com a Couromoda, Francal, NurenbergMesse e várias outras.

A academia irá financiar o período de estágio no exterior?

A academia irá prover o custeio desses estágios, contudo somos uma instituição sem fins lucrativos, portanto não temos recursos. Estamos agora também em uma fase bem adiantada do projeto financeiro para essa sustentação. Isso tem que ser trabalhado junto a algumas instituições fomentadoras. Estou justamente em fase de negociação com um desses fomentadores, que eu preciso confirmar antes de poder divulgar.

Quando se dará início ao projeto e como será o acompanhamento?

A nossa intenção é mandar dez alunos no primeiro semestre de 2015 e mais dez no segundo. Essas pessoas que forem para lá não vão simplesmente ficar um mês aqui, um mês lá, voltar e acabou. Cada acadêmico será um mentor dessa equipe e fará o acompanhamento desses profissionais ao longo do tempo. Isso é um diferencial para a gente poder criar uma coisa diferente do ponto de vista de mercado e, principalmente, estimular nas faculdades o interesse pelo nosso setor.

A Abvet tem planos de expandir a plataforma educacional para além do setor de feiras e eventos?

Nós vamos abrir esse leque. Primeiramente está começando por feiras, mas vamos abrir para promoção, hospedagem e outros segmentos. Esse é um trabalho que só tem data para começar, não tem data para terminar. Vamos ter a oportunidade de fazer uma varredura pelas várias faculdades e identificar todos aqueles que tiverem uma tendência ou vetor para eventos. Para a arquitetura, por exemplo, todas as montadoras têm que ter um arquiteto. Nós vamos chegar lá, estamos dando o primeiro passo.