Bienal do Livro Rio amplia Fórum de Educação e oferta de experiências aos professores

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No Brasil, onde três em cada 10 jovens e adultos são analfabetos funcionais e os educadores, pouco valorizados, a XIX Bienal Internacional do Livro Rio segue na contramão. Nesta edição, o Fórum de Educação, que é patrocinado pela Microsoft, será ampliado para valorizar e promover a integração entre esses profissionais e proporcionar dois dias inteiros de experiências preparadas especialmente para eles. A proposta é permitir que, durante o festival, o educador possa se aperfeiçoar profissionalmente; se inspirar com inovações, métodos alternativos e cases de superação; e também ser ouvido.

“Os professores são parte fundamental do estímulo à leitura na vida de todos nós. E para a maioria dos brasileiros, são os únicos pontos de contato da criança e do jovem com o universo da leitura. Nada mais justo do que valorizá-los e fazermos com que eles voltem um ou dois dias à Bienal, sem os alunos, para terem experiências inovadoras e enriquecedoras para a vida e a carreira deles.”, defende Tatiana Zaccaro, diretora da Bienal, que acontece de 30 de agosto a 8 de setembro, no Riocentro.

Além de palestras, debates e conteúdos inspiracionais e voltados à capacitação profissional, o Fórum de Educação inova trazendo o “Talk das editoras”. Serão momentos em quem os professores poderão interagir diretamente com quem produz os livros que eles usam em sala de aula, dando retorno sobre suas impressões, avaliações, experiências e, claro, sugestões. “É muito raro um editor ter a oportunidade de interagir com educadores de diferentes origens, formações, regiões do país e realidades. Essa troca será, sem dúvida, enriquecedora demais para todos”, destaca Martha Ribas, uma das cinco mulheres que fazem a curadoria do Fórum de Educação.

Para Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o espaço é essencial para a construção do hábito da leitura nas próximas gerações: “A missão da Bienal do Livro é mostrar a importância da leitura para construção da cidadania brasileira. Como ainda não temos uma família leitora, é papel das escolas e dos professores encontrar mecanismos de atrair os jovens para os livros, que são o meio fundamental de acesso ao conhecimento. O Fórum de Educação é uma ótima oportunidade de reunir professores, autores e pensadores para discutir os desafios de criarmos efetivamente uma nação que tenha apreço pelo hábito de ler, um prazer que deve fazer parte da rotina de todos os indivíduos”.

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Tradição + inovação

Em tempos de novidades tecnológicas e metodológicas constantes e cobranças excessivas para que o professor rompa com o ensino tradicional e dê conta de disputar a atenção dos alunos com os aparelhos eletrônicos e todos os estímulos do mundo contemporâneo, o Fórum de Educação vai buscar pacificar esse ambiente e, principalmente, ajudar o educador nesse desafio.

“Queremos que o professor encontre na Bienal um lugar para se aperfeiçoar, trocar, aprender, ensinar e falar. Sabemos que muitos acabam ficando desmotivados por tantas cobranças, crítica e falta de recursos e oportunidades de aperfeiçoamento. O Fórum de Educação é o espaço para eles se sentirem abraçados e, principalmente, estimulados. É o lugar que vai valorizar o ensino tradicional e o inovador, que vai mesclar os dois e apresentar experiências inspiradoras, assim como novas ferramentas e abordagens para o professor se apropriar e levar para os seus alunos”, revela Martha.

Em um país onde três em cada 10 jovens e adultos não compreendem o que leem, alfabetizar e fazer com que o aluno realmente compreenda o que lê é um grande desafio. A leituras precisam ser elásticas. Ou seja, precisam se dar por meio das mais diversas plataformas e formatos e, principalmente, precisam ser leituras capazes de ir além da interpretação de texto clássica. É o que defende outra curadora do Fórum de Educação, Carolina Sanches:

“Nos dias atuais, não basta alfabetizar. É importante mostrar para o leitor do nosso novo tempo que ele precisa ter habilidade para ler com a mesma fluência com que monta um castelo no Minecraft e joga PlayStation. É na convergência dessas plataformas que conseguiremos garantir o lugar da leitura e da educação cultural”, ressaltou.

Apresentado pela Microsoft, o Fórum de Educação trará as últimas tendências da sala de aula, com sessões que trazem o uso da tecnologia de forma lúdica e educacional para os alunos.

“A Microsoft tem um compromisso com o apoio à educação, pois acreditamos que esse é um pilar fundamental para o desenvolvimento do país. Este ano estaremos presentes na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, com o objetivo de seguir em nossa trajetória de disponibilizar tecnologias inovadoras como a inteligência artificial e as ferramentas de aprendizado inclusivas para alunos, professores e o público em geral.”, afirma Daniel Maia, gerente de programas educacionais da Microsoft Brasil.

Essas e muitas outras ferramentas estarão disponíveis para enriquecer o repertório dos educadores que participarem da Bienal Internacional do Livro Rio. Em breve, a programação completa será divulgada.

Curadoria do Fórum de Educação

Martha Ribas, Carolina Sanches e Rona Ranning, do LER CONECTA – coletivo de experiências, ideias, pessoas, leituras e encontros, que investe na Educação Cultural de professores, crianças e pais.

Martha Ribas: editora há 22 anos e exerce hoje as funções de curadora e empreendedora nas áreas de arte, cultura e educação. Formou-se em Produção Editorial pela ECO/UFRJ em 1996 e, neste mesmo ano, fundou a editora Casa da Palavra. Em 2000, junto com outras 50 pequenas editoras, construiu coletivamente o evento Primavera dos Livros (hoje Primavera Literária) e a Libre (Liga Brasileira de Editoras). Foi diretora de comunicação do SNEL e participou do Comitê da Bienal do Livro do Rio.

Carolina Sanches: jornalista, pedagoga e ludóloga, é diretora do LER – Educação Literária, instituto voltado para a convergência da palavra, imagem e mundo. Especialista em Mídia e Educação, produziu conteúdos de materiais educativos para as Bibliotecas Parque, Secretaria de Cultura do RJ e outras instituições. Coordena projetos socioculturais que cruzam a literatura com a tecnologia em LABs pelo Rio de Janeiro.

Rona Ranning: formada em Pedagogia pela PUC/RJ, fez mestrado em Educação Brasileira pela mesma Instituição, tendo se especializado em Formação de Professores e Literatura Infantil. Professora de graduação e pós-graduação em Educação, realiza palestras e oficinas para formação de professores e presta consultoria para editoras sobre Literatura para Crianças e Jovens. Presta consultoria para escritores, ilustradores, projetos de leitura e canais de tv.