Em 2010 foi sancionada a lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma importante ferramenta para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A lei prevê a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
A realidade é que ainda hoje, perto do aniversário de 10 anos da PNRS, registram-se no país aproximadamente 3 mil lixões em 1.600 cidades de todas as regiões do país, que recebem anualmente 29 milhões de toneladas de todo tipo de resíduos (inclusive descartes de materiais cirúrgicos e hospitalares) contaminando a água e o solo, poluindo o ar e afetando diretamente a saúde de 95 milhões de pessoas que vivem no entorno ou próximas desses lixões, ou ainda, aquelas que consomem ou a água ou os alimentos produzidos em locais próximos.
“Quase metade dos 5.570 municípios brasileiros não tem nenhum tipo de planejamento para cuidar de forma adequada dos resíduos que produzem. O pior é que em alguns destes municípios encontram-se casos extremos, onde 7 milhões de toneladas de resíduos nem sequer são coletados, tendo destinação irregular e os graves impactos ambientais causados pela disposição inadequada”, explica Jesus Gomes, diretor da Waste Expo Brasil – principal evento comercial no país sobre Gestão de Resíduos Sólidos.
O Brasil gera quase 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, mas somente 3% deste total é reciclado. Ainda assim, o setor de reciclagem movimenta R$ 12 bilhões por ano. “Ou seja, se colocássemos em prática a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que está patinando e em vigor desde 2014, e hipoteticamente passássemos a reciclar 10% dos resíduos que geramos, o mercado movimentaria R$ 40 bilhões ao ano, o país melhoraria seus índices de saúde e aumentaria os números de empregos formais e secundários”, completa Gomes.
A Alemanha, por exemplo, conta com 83 milhões de habitantes, produzindo 51 milhões/tons de resíduos, reciclando 79% deste volume e gerando € 18 bilhões por ano.
São vários os desafios para a implementação de uma gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos, e a apresentação de soluções adequadas e economicamente viáveis, assim como discussões técnicas e qualificadas, são maneiras apropriadas para auxiliar o gestor público, o empresário e a população reverterem o déficit do setor.
Para isto não existe ponto de encontro melhor do que a Waste Expo Brasil, que traz novamente para este ano um amplo conteúdo técnico formado pelos seguintes assuntos: – Seminário Nacional de Limpeza Pública; Curso Nacional sobre Implementação e Operação de Aterros; Perspectivas do Mercado de Aparas de Papel no Brasil; As Tendências, Metas, Desafios e Oportunidades da Logística Reversa no Brasil; Soluções Inteligentes para o Gerenciamento do Resíduo Marinho; O Panorama da Sucata Ferrosa e Não Ferrosa no Brasil e as Perspectivas para o Próximo Ano; Os Benefícios da Recuperação Energética Através dos Resíduos e Recursos, Novidades e Ferramentas para o Tratamento de Resíduos Orgânicos.
Na área de exposição, máquinas e equipamentos de última geração, do Brasil e outros países, com as mesmas tecnologias utilizadas na Europa, América do Norte e Ásia.
“Para progredirmos no que tange ao meio ambiente, o Brasil precisa atualizar o marco legal do saneamento básico, pôr em prática a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e, os brasileiros precisam concordar que, com leis ou sem leis, a educação e a atitude são as mais importantes ações para cuidarmos do meio ambiente”, finaliza.
Serviço:
Data: 12 a 14 de novembro
Local: Expo Center Norte
Horário: 13h às 20h
Site: http://wasteexpo.com.br/