Nádia Campeão

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As Exposições Universais surgiram no século 19, na Europa, para estimular a inovação, a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico. São realizados a cada cinco anos com seis meses de duração e é considerado o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Copa e Olimpíadas o Brasil já tem garantido para os anos de 2014 e 2016, e agora o País luta para sediar em 2020 este outro megaevento. O local escolhido foi a cidade de São Paulo, principal palco de Feiras de Negócios e eventos da América Latina.

A Vice-Prefeita Nádia Campeão foi a escolhida pelo prefeito Fernando Haddad para ficar a frente da candidatura paulista neste importante projeto. Casada, mãe de dois filhos e filiada ao PCdoB, Nádia possui uma longa experiência na vida pública. Com atuação destacada em movimentos populares, lutas pelos direitos das mulheres e iniciativas ligadas ao esporte, Nádia foi secretária de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo, onde permaneceu de 2000 a 2004, durante a gestão de Marta Suplicy.

Em entrevista a Radar Magazine, Nádia revelou detalhes de como São Paulo está trabalhando para ser sede da Expo 2020.

Como originou-se a ideia de realizar a Expo 2020 em São Paulo?

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A candidatura de São Paulo foi apresentada ao BIE (Bureau Internacional de Exposições), em 2011, pelo então prefeito Gilberto Kassab, com o apoio da Presidenta Dilma e do Governador Geraldo Alckmin.

Em sua opinião, qual o principal concorrente na disputa com a cidade de São Paulo para sediar o evento?

São Paulo concorre com Izmir (Turquia), Dubai (Emirados Árabes) e Ekaterinburg (Rússia) e todas estas cidades têm os seus pontos fortes. São candidatas que devem ser respeitadas.

Qual a vantagem que a cidade de São Paulo leva diante dos outros concorrentes?

O nosso projeto, do ponto de vista do legado e da sustentabilidade, é o melhor de todos. Teremos um grande legado social, econômico e ambiental com a realização da EXPO. Nosso tema é o mais instigante e interessante. Estamos em uma região com grande adensamento populacional, com um potencial de visitação enorme. Além disso, o fato de termos realizado a Copa do Mundo e as Olimpíadas vai nos credenciar para a EXPO 2020 como um país com experiência em grandes eventos.

Fora a prefeitura de São Paulo, quais outra organizações, empresas ou associações estão envolvidas neste projeto?

Além dos governos Estadual e Federal, a candidatura conta com o apoio da Federação das Indústrias de SP – FIESP e da Associação Brasileira da Indústria de Base – ABDIB.

Porque da escolha do tema “Força da Diversidade, Harmonia para o Crescimento”?

Este é um tema de grande importância para o mundo hoje e será muito mais em 2020. Somos um país formado pela diversidade, que deve o seu desenvolvimento à colaboração de muitos povos, enfim, a sua diversidade.

Quanto será investido na Expo 2020? Terão investimentos privados ou somente públicos?

O custo para construção e operação do Parque de Exposições 2020 é de 2,8 bilhões de dólares. Para a viabilização desta ação, serão utilizados recursos oriundos de, tanto receitas operacionais do evento (venda de ingressos, patrocínios, aluguel de espaço, concessões, etc.), como de parcerias com a iniciativa privada.

O projeto prevê a construção de um novo centro de convenções em Pirituba. Como será este pavilhão? Fora a área de exposição, o que mais é previsto ser construído no complexo?

O novo centro de exposições terá 160.000 m² com cerca de 90 estandes, além de áreas de apoio, como centro de mídia, transmissão internacional, exposição virtual e centros de convenções. Além dele, o complexo contará também com nove conjuntos de pavilhões combinados com as áreas verdes, para a promoção de eventos e exposições ao ar livre e um grande auditório para cinco mil lugares.

A administração do novo Centro de Convenções ficará a cargo da SPTuris? Se não, será realizado uma concessão?

Este tema ainda não foi tratado pela cidade, mas o que se pensa é em uma parceria público privada.

Hoje acompanhamos que os pavilhões da capital paulista estão saturados, com agendas lotadas para os próximos anos. Um novo pavilhão seria bem vindo, com ou sem a realização da Expo 2020. Caso São Paulo não obtenha êxito para abrigar o evento, o pavilhão será construído?

Vamos aguardar a decisão que virá em novembro, mas a princípio há a intenção de manter o projeto.

O projeto será mantido igual ao original ou haverão mudanças? Quais?

Existem várias exigências para a realização de uma Exposição Universal que, neste caso, não precisarão ser mantidas. Por enquanto trabalhamos com a possibilidade de abrigar a EXPO 2020. Todas as adequações e projetos serão feitos a partir da Assembleia Final do BIE, em novembro, em Paris, quando será decidida a cidade que irá sediar o evento.

Fora o pavilhão e outras construções no complexo, quais obras de infraestrutura serão realizadas para receber a Expo 2020?

Pode-se afirmar que um dos principais legados de um evento como a Expo 2020 em São Paulo será o investimento em obras de infraestrutura na região do Parque Expo, no caso toda a zona noroeste de São Paulo e cidades vizinhas. Neste sentido, tanto governo municipal como estadual já sinalizaram a realização das seguintes obras: melhorias da Rodovia dos Bandeirantes (construção da 5ª pista e alça de acesso), extensão da linha laranja do metrô até o parque Expo, melhorias qualitativas nas estações da CPTM da região, corredores de ônibus e melhoramentos viários das avenidas do bairro, entre outros.

Quantos visitantes são esperados e qual o benefício que a cidade receberá em abrigar a Expo 2020?

Entre 15 de maio e 01 de novembro de 2020, data prevista para a realização da EXPO 2020 em São Paulo, esperamos receber 30 milhões de visitantes.

Qual o legado que a Expo 2020 poderá deixar para São Paulo?

Tudo o que for construído de forma permanente para a EXPO 2020 ficará para a região. Suas instalações, obras de acesso e infraestrutura, um conjunto habitacional que será feito para abrigar aqueles que virão para trabalhar no evento, o novo centro de convenções entre outros. Além disso, teremos também como legado um grande retorno de imagem para São Paulo que irá projetar a cidade no mundo e desenvolver ainda mais o turismo.

Com o novo pavilhão, qual o futuro do Anhembi como centro de exposições e convenções?

O novo pavilhão de Pirituba virá para somar, para atender uma demanda reprimida que a cidade já não dá conta, por falta de agenda nos espaços existentes. O Anhembi, assim como outros centros de convenções da cidade, vai continuar sendo utilizado.