O FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, realizou na última quarta-feira (26), em parceria com a Mapie, Phocuswright e com conteúdo organizado e mediado pela plataforma Mercado & Consumo, o webinar “Bleisure, nomadismo digital e viagens revanche: você está preparado para o turismo pós-vacina?”.
O encontro contou com a participação do presidente executivo do FOHB, Orlando de Souza; a fundadora e sócia-diretora da Mapie, Carol Haro; André Sena, chief digital officer da Accor e Daniel Pereira, gerente da Equipotel. A mediação ficou por conta de Aiana Freitas, editora-chefe da Mercado & Consumo.
O Evento faz parte do ciclo de debates “Trilhas de Conhecimento” a ser realizada mensalmente ao longo de 2021 até novembro, quando a jornada termina em um evento híbrido no hotel Transamérica São Paulo em 18 de novembro.
Dando início ao debate, a fundadora e sócia-diretora da Mapie, Carol Haro, explicou que todas as tendências apresentadas durante o webinar, já estavam em curso e apenas foram aceleradas pela pandemia.
“Nesse contexto de insegurança, ansiedade e não linearidade que a Covid-19 evidenciou, temos que entender que esse quadro vai perdurar. Dessa forma, precisamos nos adaptar a este novo mundo”. Uma dessas adaptações é a presença do online no turismo, que, de acordo com dados da Phocuswrith, em 2019, 43% das vendas de viagens foram feitas de forma digital, sendo o volume total de vendas em R$ 19,1 bilhões. Já em 2020, as vendas de forma digital subiram para 44%, por outro lado, o volume total de vendas caiu 67%.
Em relação ao bleisure, a pesquisa Insights para o Turismo, publicada no final de 2020 pelo TRVL Lab, afirma que 38,5% dos brasileiros viajaram a lazer desde o começo da pandemia contra 11,96% das viagens a negócios. Semelhantemente, 96,03% dos brasileiros gostam de viajar a trabalho para conhecer novos lugares e aproveitar do destino. Porém, 85,43% sentem saudades da família.
“O bleisure é uma das grandes tendências que o mercado hoteleiro está presenciando, pois une viagens a lazer e de negócios, conseguindo aliar qualidade de vida, saúde, segurança e infraestrutura para receber quem está a trabalho e suas respectivas famílias,” comenta André Siena.
O segundo ponto evidenciado no debate é o nomadismo digital. “Pelas restrições impostas durante a pandemia, empresas e colabores rapidamente transformaram a forma de trabalhar,” diz Carol Haro, acrescentando que outras formas de trabalho além do home office e das jornadas de trabalho mais flexíveis estão aumentando essa demanda. Entre elas estão o anywhere office, a procura por cidades do interior, o aumento dos trabalhos freelancers e os espaços de trabalho pensados na integração e colaboração.
Nesse sentido, dados colhidos pela Mapie apontam que 73,68% das empresas continuaram a adotar algum modelo de home-office mesmo no pós-vacina, ou seja, a hotelaria necessita oferecer uma estrutura adequada para trabalhar com qualidade de vida.
Apesar do Brasil receber uma nota de 4.3 de 5 na avaliação da Digital Nomad Hub dos estrangeiros que desejam trabalhar remotamente, enquanto aproveitam para conhecer e visitar o país, os convidados apontam que o Brasil ainda tem desafios a vencer no nomadismo digital.
O principal desafio é a falta de profissionais que falam o inglês, seguido pela burocracia para a permanência dos turistas e, por fim, a falta estrutura tanto de tecnologia quanto de locomoção. “O país ainda depende muito do transporte aéreo e deslocar-se dentro do país pelas rodovias e estradas ainda é muito difícil”, expõe Orlando de Souza.
Um fator relevante demonstrado no evento é que, após um ano de pandemia, o desejo de viajar aumentou. O brasileiro é apaixonado por viagens, e a pesquisa da TRVL Lab 2020 demonstra que 90% gostam muito da oportunidade de viajar e conhecer novos lugares e 80,08% sentem-se mais felizes que o habitual durante as viagens.
Além disso, segundo a pesquisa Pulso Turismo Covid-19, também do TRVL Lab, recém-publicada, 47,49% dos brasileiros têm alta probabilidade de fazer uma viagem a lazer nos 6 meses após receberem as vacinas. Para as viagens de negócios, esta probabilidade é de 33,23% no mesmo período.
Ainda de acordo com o documento, os destinos mais desejados pelos brasileiros na retomada são as cidades da região nordeste do Brasil seguido por praias regionais. Internacionalmente, lideram o ranking Europa e América do Sul. “Conhecer as tendências, as renovações e principalmente o cliente e seus desejos é o caminho para se adaptar e aproveitar esse momento mantendo os recursos”, destaca Carol Haro.
“É necessário nos preparamos para esse momento garantindo segurança e eficiência para os clientes, sem deixar de promover experiências e um bom aproveitamento das viagens”, completa André Sena.
A última questão destacada foi a vacinação em massa. “ O que está faltando no país é a vacina, só assim o turismo irá se recuperar. Além de que devemos ter uma união para cobrar isso”, finaliza Carol Haro.
Orlando de Souza encerrou o evento agradecendo a todos os convidados, patrocinadores, mantenedores e parceiros e conclui: “ Todos que acompanham e acreditam no trabalho do FOHB, nos ajudam a seguir em frente e a nos empenhar para trazer conteúdos inéditos e bem elaborados para o mercado”.
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