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Precisamos começar o papo com franqueza e por mais que doa preciso confessar: o título foi só para te trazer até aqui. Eu não sei qual vai ser o futuro dos eventos, mas prometo tentar trazer meu ponto de vista sobre tudo que li por aí.

Já que veio até aqui não custa muito ir até o final…

Fato é que o virtual vai reivindicar uma fatia desse bolo e não vamos poder negar a ele esse direito. Ele vai simplesmente vir e tomar! No curto prazo, essa é a má notícia. Precisaremos nos reinventar e buscar uma forma de permanecer no mercado. E o longo prazo só irá existir para aquelas empresas que conseguirem construir esse novo posicionamento, já que em uma década vamos olhar para o metaverso como olhamos hoje para a internet, ou seja, ninguém a questiona ou fala sobre ela. Ela simplesmente existe!

Eventos sempre tiveram sua relação atrelada ao factual, em tempo real e com interações físicas. Mas não é porque sempre aconteceu assim, que assim permanecerá. A maneira como vamos nos relacionar com ele depende, e muito, das novas gerações e da forma como elas interagem com seu meio e entre si.

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Enfim, tudo parte de uma profunda avaliação do público do evento – parece meio óbvio, não? Mas não acho que seja.

Pensem, por exemplo, que um festival de música é idealizado por seu CEO, em sua maioria da geração X, algo entre 41 e 56 anos, que possui em sua estrutura organizacional Millenials, de 25 a 40 anos, que organizam eventos para a Geração Z, nascidos em 1997. Para os Z’s  a relação do físico e virtual não tem porta de entrada ou saída, pois para eles essa diferença de espaços nunca existiu. Não existe estar no físico ou no metaverso, eles estarão em ambos os lugares, simultaneamente, sendo a mesma pessoa, com os mesmos comportamentos, apenas interagindo em níveis diferentes.

No caso de um evento corporativo, já teremos outra relação, mas que em hipótese alguma podemos descartar o uso do metaverso.

De qualquer forma, a lógica no nível organizacional de gerações se repete, mas é preciso atenção para os consumidores desse perfil de evento. Eles pertencem à Geração X, que viram a tecnologia e conectividade surgir depois de muito tempo e possuem sua relação com essa realidade intermediada por outras gerações, ou seja, precisam de suporte para lidar com celulares, internet, etc. Ainda no mesmo pavilhão, temos os Millenials que iniciaram no universo digital na infância e adolescência e possuem mais familiaridade.

Uma relação entre eles e um evento híbrido, com aplicações do metaverso, precisa ser muito bem pensada. Não caberia uma profundidade de um segundo ambiente altamente complexo, com avatares, gamificado e com um nível de imersão muito grande. Até porque o objetivo deles nesses ambientes é fazer negócios, em ordem prática e objetiva, sem que lhes sejam tomado muito tempo.

Em ambas as situações o metaverso é perfeitamente aplicado. O que muda é como reinventaremos as práticas de User Experience (UX) e User Interface (UI) para que tudo seja modelado dentro das expectativas do público.

Em um contexto profundo e filosófico, podemos ir lá atrás quando Marshall McLuhan tratava os meios tecnológicos como uma extensão do corpo humano. O mouse amplia o alcance dos nossos braços, o monitor estende nossa visão e o teclado nossa voz. Nesse contexto tenho certeza de que o metaverso é a extensão da nossa relação entre tempo e espaço. Ele não é 3D ou 2D, ele é a desmaterialização do físico.

Fato é que o metaverso é uma revolução e não uma evolução, o que nos impede de prever como irá se desenvolver e como vai se impactar o mercado de eventos.