POR RONALDO BIAS FERREIRA JR.
Quais são suas expectativas para 2022? Essa é uma pergunta recorrente nesta época do ano, principalmente se você é um líder, um empresário ou especialista em algum tema ou mercado.
Uma pergunta previsível para uma resposta esperada: nenhuma certeza e muitos desejos e sonhos em relação ao futuro.
Fato é que 2022 é só mais um ano cravado no calendário e que o futuro ainda não existe. Então, para não errar novamente apostando em previsões desejáveis, gostaria de propor uma mudança na pergunta e na forma de organizar as coisas: o que conseguimos aprender em 2021 e o que estamos dispostos a fazer para que 2022 seja um grande ano?
Aqui vão as minhas respostas:
Como pessoa, eu vou procurar ser mais gentil comigo e com os outros. Claro que temos que nos posicionar frente às pessoas ou práticas negacionistas, mas entendi que esse negócio de ficar julgando, sentenciando e reduzindo minhas escolhas somente entre um lado e outro me torna uma pessoa menor e mais limitada.
É preciso ouvir mais e buscar entender os outros lados. Então, vou seguir em frente, abraçando as diferenças e aprendendo com elas a multiplicar minhas opções e, assim, melhorar as decisões que eu preciso tomar todos os dias. Sei que não é fácil romper bolhas e abraçar as diferenças, mas essas são escolhas que podemos fazer diariamente.
E isso vale desde a hora em que escolhemos ver protagonistas diversos na Netflix até quando procuramos diversificar nossas conexões ao estarmos entre amigos ou no trabalho.
Como aliado e especialista em Diversidade e Inclusão, quero continuar influenciando as empresas a fazerem parte desta poderosa rede de apoio e de ações afirmativas em prol da igualdade de oportunidades no mundo corporativo.
Para isso, preciso estar cada vez mais preparado com pesquisas e dados atualizados para mostrar que o esforço em incluir as diferenças nas empresas traz resultados imediatos para as pessoas e para as organizações.
Quando os colaboradores se sentem respeitados e seguros no ambiente de trabalho, o clima melhora e toda a energia é focada nos desafios da empresa.
Quando um profissional entende que só é possível aprender algo novo e evoluir a partir daquilo que é diferente dele, ele entende e aprende que ao somar diferenças, o jogo é sempre “ganha-ganha”.
E assim, a partir da consciência e da atitude de cada um, o time começa a praticar o que aprendeu. As pessoas passam a ouvir mais e interromper menos as vozes ‘invisibilizadas’ no time.
Os colaboradores começam a assumir suas responsabilidades no grande desafio de seleção, recepção e inclusão das diferenças no ambiente e na estratégia dos negócios. E assim, de forma orgânica transformam a cultura da companhia.
Como empresário do setor de live marketing, quero saber identificar as boas oportunidades, fazer bons negócios e transformar 2022 em mais um ano de resultados positivos para a minha agência.
Quero ser reconhecido como um grande parceiro de negócios pelos nossos clientes e quero pagar bons salários e bônus, para celebrar e engajar a boa performance do time. O desafio é grande. Temos que matar um leão por dia para que isso aconteça, mas tudo fica mais fácil quando existe um plano estratégico bem definido e uma liderança 100% comprometida com ele. E por falar em estratégia — esse é um ponto importante de discussão com a equipe.
Muitas vezes descrevemos estratégia da mesma forma como definimos um sonho ou uma aspiração. E aqui não podemos ter dúvida, pois agir de forma estratégica é preciso. Então, é importante entender se sua empresa tem um sonho, uma aspiração ou uma estratégia.
E se de fato sua empresa tem uma estratégia, qual é ela? Ela é clara para todos os colaboradores? Para esclarecer um pouco esse ponto, vou usar da sabedoria do professor Silvio Meira, um dos craques em estratégia e tecnologia no mundo corporativo.
Segundo ele, estratégia é o processo de transformação de aspirações em capacidades. Para ficar mais simples esta resposta, ele nos ajuda a entender dando o seguinte exemplo de um sonho: ir para a Lua. Esse é um sonho que todos nós podemos ter. Você pode sonhar qualquer coisa. Libertar sua imaginação da forma que desejar.
Já uma aspiração é diferente, porque não é livre. É algo que a gente escolhe. Algo que queremos ser, ter ou fazer. Algo que deve existir ou acontecer. Exemplo: Nós vamos levar uma pessoa à Lua em tal data e trazê-la em segurança para a Terra. Isso é uma aspiração, porque detona um processo de trabalho e transformação.
E no mundo corporativo precisamos de aspiração, de algo declarado em contexto a partir de uma escolha, uma decisão tomada a partir da análise de um cenário de possibilidades.
E é somente a partir desse claro querer, que uma empresa está pronta para agir de forma estratégica. Pronta para reunir competências, habilidades e recursos para buscar os resultados que escolheu atingir.
Por exemplo, se sabemos que as agências precisam ser mais tecnológicas, que as pessoas são diversas e que as soluções devem ser centradas nas pessoas, qual é o plano estratégico para que isso aconteça?
E por fim, como conselheiro da Ampro, quero continuar influenciando para que a associação, que reúne as agências de live marketing do país, tenha claras aspirações. Sou fã das comunidades colaborativas porque reconheço a força e a velocidade dos avanços que conseguimos a partir do trabalho coletivo.
Por isso, vou continuar incentivando e provocando a Ampro para que ela tenha a coragem de se posicionar, e, a partir de um plano estratégico que se identifique, agregue, represente e fortaleça os empresários e as empresárias do setor.
E você, qual é o seu plano estratégico para fazer 2022 acontecer?
*Ronaldo Bias Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa