Uma iniciativa inédita realizada em parceria entre a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE e o Sebrae Nacional aponta quais são os impactos econômicos do segmento de eventos de cultura e entretenimento no país.
Intitulado Programa de Estudos Sócio-Organizacionais do Setor de Eventos (PESO), o estudo apresenta um diagnóstico socioeconômico, uma análise de cenários e faz um mapeamento de oportunidades para as empresas da área.
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 de março e 29 de abril e teve como amostragem os associados da entidade, que reúne atualmente mais de 700 empresas em todos os estados.
Com bases científicas e 90% de confiabilidade, o perfil dos entrevistados foi de microempresas (42.1%), empresas de pequeno porte (24.8%), empresas de médio porte (24.0%), microempreendedor Individual (5.8%) e empresas de grande porte (3.3%).
Além de dar visibilidade ao segmento, mostrando o quanto impacta positivamente a economia em várias áreas como aviação civil, hotelaria e seguros, o estudo fornece informações estratégicas para futuras ações de negócios
“É fundamental que se pontue o quanto as empresas de eventos movimentam a economia, geram empregos e têm capacidade de fazer ainda mais”, frisa o empresário Doreni Caramori Júnior, presidente da ABRAPE.
De acordo com os resultados do PESO, 56% das empresas do setor já voltaram a atuar normalmente após o longo de período de paralisações e restrições impostas pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
Cerca de 36% retomaram as atividades parcialmente e 8% ainda sofrem com as consequências da crise.
Aponta, ainda, que cerca de 45% captaram empréstimos no período, totalizando R$ 25,6 milhões.
Voos e hospedagem
Em relação ao impacto das atividades de cultura e entretenimento na aviação civil, o estudo aponta que 72,5% das empresas utilizam voos nacionais e internacionais para viabilizarem os eventos. Dessas, 27,5% registram um fluxo anual entre 50 e 100 trechos (unidades de passagem) e 24,2% entre 50 e 100 trechos.
O índice de empresas que utilizam de hospedagens para eventos, segundo o PESO, é de 81%, com um gasto médio anual de R$ 16 milhões.
Vendas virtuais e seguros
A pesquisa realizada pela ABRAPE e Sebrae revelou que 47,1% das empresas de eventos utilizam de vendas virtuais de ingressos, o que representa uma movimentação anual de R$ 601 milhões nas transações por plataformas digitais.
O PESO aferiu, também, que 59,5% tem contratos com seguradoras (principalmente para patrimônio, veículos e seguro pessoal), com um valor aproximado investido anualmente em seguros de R$ 4,1 bilhões.
A segunda fase do PESO contempla a realização de planos de ações para atender inicialmente as necessidades apresentadas no diagnóstico do estudo pelos associados, de forma individual e coletiva, nos estados de Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, interior de São Paulo e Bahia.
Para isso, o programa contará com um consultor de campo sob orientação do diretor estadual da ABRAPE para empreender as estratégias.