O Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, será palco de 20 a 23 de setembro, da 17ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC).
O evento receberá alguns milhares de participantes de todas as partes do país para discutir os avanços e desafios da atenção primária à saúde.
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Coordenador da Comissão Científica do CBMFC, traz mais informações sobre a farta programação do evento.
“O primeiro eixo, estratégia de saúde da família: agora mais do que nunca, se liga diretamente àquilo que vivenciamos no modelo da APS no Brasil”, explica
“Contaremos com discussões acerca da macro e da micropolítica na atenção primária no eixo técnico-político. Já o eixo centrado na pessoa apresentará temas relacionados à clínica da medicina de família, como os problemas que se sobressaem na atenção primária”, completa.
As competências das ferramentas de abordagem familiar serão destacadas no eixo de abordagem de família; enquanto no eixo de abordagem comunitária, tratará da importância de resgatar o viés comunitário do atendimento.
Por fim, no eixo de residência, graduação, pós-graduação e pesquisa, a formação médica será nosso foco. Atividades interessantes estão distribuídas entre todos os eixos.
Em cursos e oficinas, os médicos poderão atualizar sua prática clínica, mas também poderão debater questões amplas em mesas redondas e rodas de conversa.
“Teremos, inclusive, convidados internacionais discutindo a experiência da medicina de família e da atenção primária em outros países”, aponta.
Temas como saúde da mulher, dos povos originários, da população preta e LGBTQIA+ estarão presentes em todos os tipos de atividades, sem restrições temáticas.
O evento traz ainda um fórum de residência, atividades contemplando os médicos residentes. Um espaço para debater o ensino de medicina da família, discutir casos e situações de mestrado e doutorado.
PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Há congressos médicos que até promovem apresentações artísticas nos intervalos das atividades científicas. O CBMFC, no entanto, irá bem mais além.
Tem a proposta de colocar a arte e a cultura no centro das discussões sobre a Estratégia de Saúde da Família, com a participação aberta a médicos, profissionais de saúde e à população do Ceará.
“Teremos três eixos”, adianta Rodrigo Tembiú, curador da mostra, “expressões tradicionais, com coco, afoxé, samba, choro, destacando a presença africana no Ceará e dialogando com as tradições nordestinas; expressões dos povos originários, com representantes de duas das 15 etnias do estado, os Tapeba e os Pitaguary, trazendo o toré, um importante ritual sagrado; e arte contemporânea, contemplando um pouco de tudo o que é feito hoje, da videodança ao hip-hop, do teatro ao jazz”.
Gente do Brasil inteiro comparecerá ao CBMFC, portanto, a responsabilidade é grande. Tembiú mostra confiança no projeto e garante que será marcante.
“Queremos mostrar que o Ceará não se resume a ‘forró de plástico’ e show de humor. Somos muitos(as) e somos muito diversos(as)”, frisa o professor e artista.
Algumas das atrações mais aguardadas são, dentre tantas outras:
– A carnavalização da cearensidade com o grupo Os Transacionais, na quarta-feira, às 21h30;
– O espetáculo de dança-cuidado com Silvia Moura, na quinta-feira, às 19h;
– A Terreirada da Cura, com afoxé, coco e maracatu, na sexta-feira, às 20h;
– A TeatrAula, uma conferência cênica com Ricardo Guilherme, no sábado, às 19h;
– O espetáculo “Sound Circo-Rap” com O Cheiro do Queijo, no sábado, às 21h;
– As intervenções circenses com direção de Neto Holanda, diariamente, em diversos espaços do CBMFC.
A Tenda Paulo Freire se conecta à programação artístico-cultural com outros trabalhos culturais em diálogo com a Educação Popular em Saúde e as práticas de cuidado coletivo.
Além disso, um panorama das produções de médica(o)s de família e comunidade em diferentes linguagens artísticas será retratado na mostra – sem caráter competitivo.
Os(as) MFCs terão seus trabalhos inseridos na programação artístico-cultural geral.
“Através das obras, será possível refletir sobre a condição humana, estimular a empatia e promover a sensibilização para temas ligados à medicina de família e comunidade”, diz o curador.
Os valores para cada categoria de ingressos estão disponíveis em https://sbmfc.org.br/17cbmfc/inscreva-se .
Confira aqui a programação completa: https://urlfr.ee/27lrl e o os palestrantes internacionais https://urlfr.ee/2l1fp