Laura Formentin, gerente de marketing da Chery

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Conversamos com a gerente de marketing da Chery, Laura Formentin, pra saber mais sobre os investimentos da marca no País e sobre a sua visão de mercado.

Poderia falar mais sobre a sua visão do cenário automotivo?

A indústria atualmente passa por um momento complicado. Inflação, restrições ao crédito e o ritmo mais baixo de crescimento da economia levou o setor automotivo a vender e produzir menos.

Por isso, atualmente a concorrência está muito agressiva com carros com taxa zero, seguro grátis, diversos bônus e até combustível ou a devolução do veículo, caso o cliente não esteja satisfeito. Essas são ofertas atuais para seduzir o consumidor.

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Além de todos estes aspectos, pesa ainda a o quesito confiança do consumidor. Com o rumo incerto do futuro do país, por conta das eleições, muitos consumidores não estão dispostos a fazer grandes dívidas.

No entanto,  na indústria automobilística a visão deve ser de médio e longo prazo e não imediatista, por ser um mercado de muitos alto e baixos. Desta forma, projetando o mercado a longo prazo, certamente o mercado crescerá  e, por isso, vemos um cenário positivo.

 

Segundo dados divulgados pela ANFAVEA o mercado automotivo promete crescer, mas ainda depende de investimentos. Na sua opinião que tipo de investimentos podem ser feitos, para que este crescimento se concretize?

Os incentivos do governo tem sido essenciais para o crescimento do segmento automotivo,. Estes incentivos atraíram recentemente para o Brasil grandes indústrias automobilísticas novas, como Land Rover, Hyundai,  Nissan, BMW,  Audi e e Chery, com a recente inauguração da fábrica em Jacareí.

Medidas que beneficiem a indústria automobilística são muito importantes para a economia do País, uma vez que geram e mantém empregos (considerando, inclusive, o impacto que isso gera em toda cadeia produtiva). Estamos falando de uma cadeia que inclui fornecedores de autopeças, fabricantes de matérias primas, lubrificantes, tintas, pneus etc. E também os responsáveis pela comercialização, seguros e oficinas reparadoras. O setor tem ramificações e impactos em diferentes segmentos da economia e, por isso, é considerado estratégico.

Eu diria que além de medidas, como o Inovar Auto, que vem de certa forma aliviando montadoras hoje expostas ao adicional tributário para a importação,  novos estímulos ao financiamento de veículos tenderiam a ampliar as vendas.

 

Quais os  investimentos da Chery no Brasil e ações para a consolidação da marca

A Chery tem grandes expectativas no Brasil e por isso está apostando alto.

Em 28 de agosto de 2014 inauguramos nossa  fábrica no interior de São Paulo, foram  US$ 400 milhões de investimento e  mais US$ 130 milhões em uma fábrica de motores, o maior investimento e a maior operação completa da Chery fora da China.

A capacidade total de produção da fábrica será de até 150 mil unidades. O maquinário da fábrica é composto pelo que há de melhor em tecnologia. Não economizamos em qualidade.

Temos planos agressivos de expansão:  atualmente a Chery possui 67 concessionárias no país e nossa  meta é estar presente nas principais cidades do país e chegar a 130 até o fim de 2015.

Além disso,  a marca deu início a uma filosofia internacional de design de produto e também investiu esforços na criação de uma plataforma de tecnologia singular, orientada para o futuro: apresentando para o mercado veículos com mais tecnologia, design, segurança e performance e mantendo a filosofia do custo beneficio.

 

Para a marca o Brasil pode mesmo ser considerado um negócio da China?

Sim, o Brasil é considerado um mercado estratégico  para a Chery.

Nossas vendas entre janeiro e Agosto de 2014 cresceram 49% em relação ao mesmo período de 2013. Temos uma grande vantagem em relação às marcas já consolidadas no mercado nacional, a oportunidade de crescimento.

Somos uma marca nova, ou seja, somos novidade, e estamos trazendo ao consumidor mais  opções  de veículos, porém completos e com ótimo custo beneficio.

 

Impactadas pelas restrições de vendas à Argentina, o mercado de exportação teve queda. Pode comentar sobre este assunto?

A Chery Brasil não exporta ainda veículos para a América Latina, portanto não houve impacto, no entanto, falando do cenário em geral, as medidas restritivas às importações adotadas pela Argentina  impactaram as exportações de forma significativa. Segundo dados recentes da Anfavea, a queda nas vendas externas de veículos de janeiro a setembro deste ano acumula retração de 38,5% na comparação com o mesmo período de 2013.