Primeira Modern Construction Show reuniu 40 expositores em São Paulo

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Após três dias de debates, a primeira edição do Modern Construction Show (MSC) aconteceu no início de outubro, no Distrito Anhembi, com uma constatação unânime entre os participantes: a modernização do setor da construção industrializada é um caminho sem volta.

O evento reuniu 40 expositores, 60 palestrantes e 2.600 visitantes de 11 países, sobretudo tomadores de decisão de compra, entre:

– Executivos de construtoras e incorporadoras, engenheiros, arquitetos, projetistas e responsáveis de órgãos públicos, entre outras atividades da construção industrializada.

Os três principais objetivos de quem visitou o evento foram conhecer novas tecnologias, fazer networking com o setor e conhecer novos fornecedores.

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Os dados reforçam a percepção do Modern Construction Show como um ponto de encontro essencial para líderes que impulsionam grandes negociações e movimentam o mercado.

Presente na feira, o vice-governador do Estado de São Paulo, Felicio Ramuth, destacou que “a construção industrializada é crucial para o desenvolvimento de soluções habitacionais, sobretudo, para ajudar na redução do déficit de moradias no Estado”. 

O público teve a oportunidade de conhecer dados inéditos da Pesquisa Nacional da Construção, realizada pela FGV/Ibre, que trouxe um panorama do grau de industrialização do setor.

A questão tributária também foi muito discutida. André Rebelo, diretor executivo de Gestão, Infraestrutura e Construção Civil da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmou que a reforma tributária poderá acabar com a atual assimetria tributária entre a construção tradicional e a industrializada (ou off site), que favorece a primeira.

“Isso tornará ainda mais atraente a construção industrializada, uma vez que a produtividade deste segmento é mais alta”, disse.

Outro desafio importante é a questão do financiamento. Hoje, o segmento de incorporação e construção imobiliária joga com o longo ciclo do setor para facilitar o pagamento, sobretudo pelas dificuldades financeiras de boa parte da população.

De 20% a 30% do valor do imóvel são pagos como sinal à incorporadora, entre o lançamento e a entrega das chaves.

Os restantes – 70% a 80% – são pagos depois, por meio de financiamento bancário, no maior número possível de parcelas. Mas a construção industrializada reduz muito esses prazos, o que pode diminuir o tempo de pagamento e dificultar a vida do comprador.

“O menor prazo da construção industrializada não pode impedir o financiamento. E há soluções para isso”, afirma Hamilton Leite Jr., head da São Paulo Brain Inteligência Estratégica.

Segundo ele, estão sendo estudadas propostas como financiamento de 100% do projeto, tanto para a incorporadora, como para o comprador. Ou o envolvimento de fundos privados, que aceitam mais riscos do que os bancos.

50 ANOS DA ABCEM

A feira foi idealizada pela ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), ABCLS (Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável).

O encerramento do evento foi a comemoração pelos 50 anos da ABCEM.

Segundo seu presidente, Horácio Steinmann, nos últimos tempos, a entidade tem investido em parcerias com universidades visando a desenvolver a disciplina de Estruturas Metálicas, uma vez que são raras as escolas de engenharia que contam com essa cadeira em sua grade curricular.

“Já conseguimos bons frutos na Universidade Mackenzie e, em breve, devemos ter novidades na Fatec. Isso é muito importante porque, de modo geral, o Brasil sempre priorizou o concreto”, apontou.

“Ora, tudo o que se faz em concreto pode ser feito de uma forma diferente, mais rápida e industrialmente”, concluiu.

Com relação ao Modern Construction Show, ele considera que foi uma primeira edição muito bem-sucedida, com paineis técnicos que trouxeram importantes informações para o público presente.

Quanto às perspectivas de negócios para 2025, Steinmann está otimista. “Trabalhamos muito com a indústria e este setor está reagindo de forma muito positiva”, disse.

“Os segmentos de siderurgia, mineração, papel e celulose e de infraestrutura estão bem interessantes; a área governamental também apresenta boas perspectivas para o mercado de estruturas e construções metálicas em geral”, concluiu.