POR FLÁVIO CARRERA
Convido você leitor para ouvir a música “Vai Levando” composta por Chico Buarque e Caetano Veloso em 1975 e interpretada por inúmeras vozes como Tom Jobim, Miúcha, Vinicius de Moraes entre outros.
A música retrata exatamente o momento atual do mercado de feiras e eventos. Mas a pergunta no final tem que ser: Até quando?
Até quando vamos levando em um setor que se equilibra como pode para sobreviver em virtude da informalidade e da insegurança. Até quando vamos levando empresas sem capacidade de entregar algo organizado.
Até quando vamos levando tomadores de serviços não sabendo contratar empresas sem uma pesquisa prévia de como está a saúde financeira dela. Até quando vamos levando fornecedores trabalhando na clandestinidade e sem documentação necessária.
O ano começou tímido com a incerteza de quando a pandemia acabaria e, por essa razão o gargalo do primeiro semestre era algo inevitável.
Como em toda crise, o primeiro bloco a ser afetado é o de mão de obra, afinal, esse bloco é o mais vulnerável e precisa se virar para levar o arroz e feijão para casa.
Muitos viraram motorista de aplicativo, outros começaram a vender marmitas, outros a costurar para fora e outros voltaram para seus estados de origem.
O problema não foi a reposição, essa bem ou mal aconteceu. O problema foi o fato desta reposição não ter a experiência necessária para executar as operações tendo como consequência uma corrida desesperada contra o caos.
Entra evento, saí evento, entra evento, entra mais evento, entra mais evento ainda e cada um vendendo mais e mais para suprir a falta de trabalho dos anos anteriores. Demanda prevista, mas não dimensionada por uma razão simples: não tem mais tanto fornecedor com capacidade de entrega no mercado.
Em dezembro, tomamos a decisão de quem iríamos atender. Para muitos uma decisão acertada, para outros uma decisão arriscada, afinal, era a hora de “tirar o atraso”. Mas não se tira o atraso no caos, no caos se atende e bem!
O setor de feiras e eventos é norteado por planejamento e a falta dele desequilibra todo um ecossistema. Estamos satisfeitos com o resultado até aqui e vamos seguir nesta batida para continuar atendendo com qualidade e não com quantidade mesmo sabendo que o caminho apesar de mais longo, é mais sólido.
Faço um registro importante em relação as operações onde muitas empresas estão operando na clandestinidade e mesmo assim estão sendo contratadas, não por má-fé do contratante. Talvez pelo valor mais baixo. Ou pela desinformação sobre possíveis problemas e ônus que um fornecedor em situação irregular pode causar.
Manter uma empresa custa caro, mas o resultado costuma ser mais barato no quesito tranquilidade e responsabilidade, exijam as documentações necessárias e nisso as áreas de compras e contratações das promotoras e organizadoras de feiras são fundamentais sobre tais cuidados devam tomar ao contratar um fornecedor.
Pergunte não mais os 5 principais clientes, mas sim os 5 últimos trabalhos com as características do que você está contratando.
Não dá mais para ir levando!
Boas contratações e bons negócios!
Flávio Carrera é Diretor Geral da Cava Segurança e especialista em segurança de feiras de negócios e eventos de ativação de marca.