POR JULIANA SANTOS
A cultura de contratação de seguro na Europa e Estados Unidos é muito diferente em comparação com o Brasil e outros países.
Em geral, nos países europeus e nos EUA, a contratação é bem mais difundida e isto reflete uma mentalidade de prevenção e proteção financeira, o que favorece para uma maior estabilidade e resiliência em face de acontecimentos inesperados.
Apesar do seguro de automóvel e residência serem os mais conhecidos no Brasil, apenas 30% da frota de veículos e menos de 20% das residências possuem cobertura.
Agora, considere a falta de conhecimento das empresas brasileiras com relação aos Seguros para Entretenimento.
Estes seguros são produtos especializados oferecidos por seguradoras no mundo todo para proteger empresas de produção, organizadores de eventos, empresários de shows artísticos, patrocinadores, fornecedores, produtoras de audiovisual, entre outros.
A história desses seguros remonta a várias décadas, à medida que a indústria do entretenimento crescer e se tornou cada vez mais complexa. Com o tempo, as seguradoras desenvolveram produtos personalizados para atender às necessidades deste setor.
Estas apólices costumam ser elaboradas de forma personalizada, analisando os detalhes e os riscos envolvidos em cada evento.
Esses seguros são essenciais para a mitigação de perdas financeiras e na proteção de todos os envolvidos no evento.
Embora tenha uma origem mais recente em comparação com os demais seguros gerais, este tipo de seguro já existe há mais de 50 anos em diversos países do mundo e começou a ser difundida no Brasil há no mínimo 25 anos.
Algumas das principais razões pelas quais os seguros para entretenimento ainda têm pouca adesão incluem a falta de clareza na explicação das regras de uso do seguro, além do desconhecimento da importância do seguro e a percepção de que os valores à pagar são altos, além disso, os seguros para entretenimento são considerados especializados e podem ser percebidos como complexos, o que faz com que poucos corretores de seguros se interessem pelo tema.
Vemos também que os organizadores ainda possuem uma crença cultura de que nunca enfrentarão problemas em seus eventos. Este pensamento pode impedir a avaliação real dos riscos e a adoção de medidas de proteção aos negócios e aos participantes do evento.
Se as pessoas soubessem que, na maioria dos casos, o custo de um seguro para eventos representa entre 0,4% a 1% do orçamento total, certamente teríamos uma situação diferente.
Tenho convicção de que todos os profissionais da área poderiam ter um sono mais tranquilo, cientes de que fizeram o melhor possível.
Além disso, caso algo saia do controle, eles poderiam continuar tranquilos, pois estariam protegidos por uma apólice específica que cobre seus possíveis prejuízos.
*Juliana Santos é especialista em Seguros para Entretenimento e fundadora da Axpert Underwriting. Faz parte do Corpo Docente do primeiro Programa de Certificação de Gestores de Eventos da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.