POR PAULO VENTURA
Os eventos desempenham um papel significativo na sociedade, no entanto, a realização destes, muitas vezes, implica em um consumo considerável de recursos naturais e geração de resíduos.
Imagine o seguinte cenário: meses de idealização e preparo, pesquisa de buffet, contratação de palestrantes, arquitetura de estandes e cenografia, conceito de brindes, espaços instagramáveis, iluminação e mais uma porção de elementos pensados para fazer com que o evento seja realmente inesquecível.
O dia chega, as horas passam, o evento é finalizado e todos esses elementos deixam de fazer sentido. E agora, qual será o destino final para esses materiais?
Se você pensou que o destino final é o lixo, fique tranquilo pois, há muito tempo, essa foi a resposta do imaginário coletivo. No entanto, nestes últimos anos, os esforços do setor estão focados em como fazer para que essa não seja a melhor opção.
Alguns pavilhões de eventos, por exemplo, já estão se adaptando e implementaram ações de combate a geração de resíduos em suas políticas corporativas.
Esse é o caso do Expo Center Norte e o programa “Aterro Zero” que, em 2023, ressignificou mais de 1.900 toneladas de resíduos gerados em eventos e convenções e zerou o descarte em aterros sanitários.
O assunto é tão urgente que em outubro deste ano, foi sancionada a Lei 17.806/2023, pelo atual governo de São Paulo, que determina completa responsabilidade de organizadores, fornecedores e estabelecimentos no gerenciamento de toda a cadeia que envolve a idealização de um evento – desde a coleta até a destinação final ambientalmente adequada. Isso quer dizer que, pensar em sustentabilidade é pensar na saúde de seu negócio.
De acordo com um estudo desenvolvido pela Opinion Box, 37% do público afirma que já deixou de consumir produtos de empresas que não tem uma política definida nessa área.
Sendo assim, um evento bem produzido não é apenas uma oportunidade de reunir stakeholders e potenciais parceiros de negócios, mas também uma vitrine para os valores e práticas sustentáveis que uma empresa abraça.
Neste sentido, a fase de planejamento é crucial para garantir que um evento alcance seus objetivos sustentáveis. A gestão adequada dos resíduos gerados, a consideração cuidadosa da emissão de carbono e a criação de um ambiente propício à sustentabilidade são elementos-chave.
Contratar uma consultoria em sustentabilidade pode ser uma decisão estratégica, proporcionando orientação especializada e assegurando que todas as ações adotadas estejam alinhadas com as melhores práticas reconhecidas por organizações oficiais.
Em um cenário onde a sustentabilidade não é apenas uma escolha ética, mas uma exigência da sociedade, os eventos podem se destacar como catalisadores de mudanças significativas, promovendo práticas mais responsáveis e contribuindo para um futuro mais verde, saudável e possível.
*Paulo Ventura é Diretor Superintendente do Expo Center Norte e presidente do conselho de administração da UBRAFE.
Crédito da imagem: Joyce Cury