Las Vegas é um polo de eventos corporativos especialmente por conta do Las Vegas Convention Centers, que atrai grande quantidade de feiras como a tradicional Consumer Eletronic Show (CES).
Agora, um novo endereço surge para reforçar essa fama: o espaço The Sphere, inaugurado em setembro do ano passado, é uma estrutura impressionante e inovadora que atrai muitos olhares curiosos a quilômetros de distância.
Em uma recente visita ao The Sphere, em Las Vegas, a especialista em eventos e diretora executiva da Bop Comunicação Integrada, Vanessa Chiarelli Schabbel teve a oportunidade de experimentar uma mistura de emoções: uma espécie de encantamento misturado a alguns pontos de atenção.
A experiência levanta a questão: vale a pena investir milhões em um evento corporativo na casa de shows do momento?
A executiva conta que, ao entrar no local, os visitantes são recebidos por uma vasta área repleta de luzes de LED que proporcionam uma atmosfera única e verdadeiramente espetacular.
“As escadas rolantes que levam aos diferentes andares impressionam com parte dessa iluminação. Além disso, todo andar possui um grande bar e lojas para compras de presentes”, completa.
No entanto, a especialista destaca que a esfera gigante não está totalmente adaptada para receber eventos corporativos.
Abaixo, Vanessa Chiarelli Schabbel lista cinco motivos para as empresas analisarem antes de realizar eventos corporativos no The Sphere:
Assentos desconfortáveis: O espaço entre as fileiras é bastante apertado e entre as cadeiras também.
A falta de espaço especialmente para as pernas é um problema que pode resultar em desconforto, pensando também na necessidade de levantar do lugar algumas vezes para se locomover dentro do evento.
Vista comprometida: As cadeiras mais altas oferecem uma visão privilegiada, proporcionando uma experiência imersiva no LED gigante curvado.
Mas há dezenas de lugares com o campo de visão limitado e esse inconveniente não é claramente comunicado durante a compra dos ingressos nos casos dos shows ou eventos de entretenimento.
Quem fica na parte térrea também não tem uma experiência imersiva como quem se senta na parte superior, dado que a tela de LED não possui alcance de 360 graus.
Investimento em produção de conteúdo: Não adianta se planejar para exibir um vídeo institucional já pronto ou um arquivo em PPT com os números a serem apresentados.
Todo o conteúdo deverá ser feito sob medida, ou seja, filmes em 18k com a finalidade de uma experiência 4D, o que pode onerar o orçamento do evento corporativo.
O áudio deve ser melhor explorado: Durante o show do U2, por exemplo, que aconteceu em outubro do ano passado, o som deixou a desejar.
O The Sphere possui 168 mil alto-falantes que estão escondidos atrás da tela de mídia. Em uma experiência com banda, onde temos o retorno do cantor, isso não funciona muito bem.
Claro que o som é alto e nítido, perfeito para se ouvir, mas muito longe de ter a sensação de ouvir vários sons vindos de lugares diferentes.
Por isso, em um evento corporativo, deve-se investir em usar todos os equipamentos que a casa oferece, proporcionando assim uma experiência inesquecível.
Possibilidade de fobias: Sendo a maior construção esférica do mundo, com aproximadamente 112 metros de altura, a The Sphere oferece a sensação de se estar em grande círculo cheio de luzes e sons, podendo gerar claustrofobia ou acrofobia, medo de lugares fechados ou medo intenso de altura, respectivamente, conforme presenciado pela especialista.
Os efeitos da tela provocam sensação de queda e não há lugares para segurar.
Enquanto o The Sphere começa a ganhar força como um destino popular para eventos corporativos e de entretenimento, os organizadores têm tempo de investir em melhorias para garantir satisfação para todos os envolvidos.
Mesmo sendo uma oportunidade atraente para exposição de marcas, vale a pena esperar pela consolidação do local antes de desembolsar milhões em um evento que pode render críticas por parte do público convidado pela empresa.