POR MARCUS QUINTANILHA FILHO
Vocês devem estar vendo nos “mobiliários urbanos” – chamados OOH – e também no “instagram” uma euforia para o movimento de saída de “casa”. Eu particularmente sou a favor das atividades ao ar livre e grandes espetáculos, acho mesmo que são momentos únicos.
Mas temos, como gestores, que entender o momento também singular que nossa economia vive. Também devem ter notado a quantidade de franquias e tendências que são efêmeras como uma chuva de verão!
Vou exemplificar para vocês: campos de areia para práticas esportivas nos grandes centros? O metro quadrado não “se paga”. Qualquer conta “fora da pandemia” teria inviabilizado o negócio. Agenda dupla para artistas?
Só vai gerar fadiga e aumentar o custo por apresentação. Quem ganha? Os intermediários que não estão no risco direto. Isso precisa estar no radar dos empreendedores.
Eu tenho a sensação de que estou sendo metralhado pelo mercado que estava carente. Mas precisam entender que estamos em recessão técnica e não terá dinheiro para tudo. Essa é a mensagem desse texto para o setor de feiras e eventos.
Não teremos dois “verões” para shows, nem dois calendários anuais de feiras. Não forcem a barra! Continuem de onde pararam antes da pandemia, com certo cuidado.
Existe um efeito interessante no mercado que “sai da pandemia”: a ansiedade na gestão empresarial. Todos querem fazer o que não fizeram em dois anos e muitos vão até o fundo do poço tentando. A grande virtude da atualidade é a “paciência”. Vamos exercer essa qualidade fundamental em tempos difíceis!
A inflação é outro fator que desloca a curva do consumo. Temos que estudar a economia como na universidade: cenário macro e micro.
Não se pode deixar de analisar o custo de passagens aéreas, hospedagem, alimentação, dentre outros. Se você faz seu orçamento anual, todos também fazem os seus. Estão cortando custos, como você fez e faz.
Uma empresa que aposta não é empresa, é um “viciado” governando recursos de terceiros. Geralmente sabemos como eles acabam: vendendo a casa de moradia para o agiota. Essa analogia serve de alerta, simplesmente. Não queremos ver mais empresas fechando as portas no momento que deveriam estar levantando do chão.
Seu colaborador não tem culpa da pandemia, nem de seus prejuízos. Você é empreendedor e eles não são. O risco é seu! Assimile isso e seu colaborador vai dar o melhor de si para sua CIA voltar a crescer.
Por fim e não menos importante: saiba avaliar sem usar seu emocional. As emoções enganam, assim como as “fake news”, assim como as postagens de uma rede social. Sua empresa precisa ser planejada, mas sem escoar, como areia numa ampulheta.
Marcus Quintanilha Filho é Escritor, Economista, Professor de Marketing e Produtor cultural. @quintanilhareal