Piso Elevado……Qual é a função dele em um stand?
Não quero polemizar com os construtores de stand, quero sim fazer uma breve análise e tomei a liberdade de escolher o piso elevado como reflexão … Aqui vai a minha humilde opinião sobre um tema tão polêmico
Quando uma empresa toma a decisão de participar de uma feira de negócios , em qualquer setor da economia, uma das primeiras decisões a ser tomada se refere a estética do stand…
Os fatores físicos e visuais tem uma alta relevância na execução da Brand Experience desejada
Arquitetura efêmera é uma grande ferramenta do marketing….
Mas o assunto hoje é o PISO ELEVADO… vamos lá….
Já participei, organizei e visitei mais de 300 feiras de negócios , em quase todos os principais centros de eventos do mundo…. E meu olhar técnico me chamava a atenção para um detalhe
Porque nos eventos que visitei na Alemanha, nos USA , na China e no Japão quase nunca existiam stands com o piso elevado?? Você sabe, aquela estrutura que dá suporte aos stands e funciona como um sobre piso ao já existente piso do local do evento…
Pode reparar, aqui no Brasil o piso elevado é a regra enquanto nos outros países é exceção…
Quando o principal ( e único ) centro de exposições na cidade de São Paulo era o Anhembi a existência do piso elevado na execução dos stands era totalmente aceitável porque o piso do pavilhão chegava a ter…( inacreditável isso ) 45 centímetros de desnível entre o ponto A e o ponto B em alguns setores. Pois bem , hoje o Anhembi não é mais o único pavilhão existente na cidade ( ele foi inaugurado em 1970 com uma edição do “Salão do Automóvel” ) mas inexplicavelmente ao caminhar por corredores de tapete vermelho em outros pavilhões nos dias de hoje ainda notamos a extensiva presença deste artifício da arquitetura efêmera….
Já escutei alguns argumentos super esquisitos do porque da necessidade do piso elevado nos dias de hoje em pavilhões com o piso perfeitamente nivelado…. Ainda não me convenci com nenhum deles. Mas quando estamos analisando o tal do ROI , sempre tão questionado nos dias de hoje ( e com toda a razão ) não vejo estes questionamentos sendo aplicados nas diversas técnicas e materiais utilizados na elaboração dos stands das marcas…
No Japão cheguei a visitar um evento no Tokyo Big Sight ( o “Anhembi” de lá só que com duas vezes a área do Anhembi real ) aonde encontrei UM stand com piso elevado em um evento com mais de 1500 marcas participando. Sempre me perguntei o porque. Porque aqui é assim?
Se o Brand Book da marca tem requisitos visuais estéticos sofisticados é bem provável que o piso elevado seja um elemento necessário. Se algum projeto prioriza a exposição de materiais no chão (uma empresa que vende pisos por exemplo ) tudo é mais do que justificado. Mas na média a existência de um piso elevado em stand padrão não tem justificativa técnica. Pode ter justificativa estética na minha opinião. Nada mais.
Em tempo de repensar, de virtualizar , de calcular o ROI na casa da vírgula eu acho um desperdício de recursos mentais não entrarmos nesta discussão. Os pavilhões modernos podem e devem fornecer as plantas com as localizações das canaletas técnicas. De posse desta localização das canaletas qualquer empresa de stands pode fazer um projeto que otimiza este posicionamento reduzindo consideravelmente os investimentos. Bye Bye piso elevado…..
Um vez organizando um evento aqui em SP que acontecia originalmente em Barcelona, ao apresentar a planilha de custos para o Catalão, escutei a seguinte pérola….
“Vocês Brasileiros são Barrocos…se preocupam ainda muito com a estética….” Será? Ops…
Olá Paulo, parabéns pelo artigo. Assunto muito pertinente. Permita tecer ou adicionar alguns comentários. Como executivo de marketing, participei e frequentei pelo menos uma centena de feiras em diversas partes. Nas feiras em que fui responsável pelo Stand, depois de muito sofrer sobre o tal do Rói, que nem sempre foi tão questionado assim, aprendi algo que se tornou valioso. Quando iniciamos o briefing de um novo projeto, começamos com a Pergunta 001: “Qual é nosso objetivo com esse Stand nessa feira?” Vender (quanto), relacionar (mensurar), branding (quantificar), etc. Mudamos e melhoramos muitos projetos com essas respostas, que geralmente demoravam para ser amadurecidas. Hoje o salão do automóvel demonstra isso.