Mais de 4 milhões de livros – dos 5,5 milhões de exemplares disponíveis – foram vendidos durante a XIX edição da Bienal do Livro Rio, um aumento de 11% em relação à última edição, em 2017, quando foram vendidos 3,6 milhões de livros em 11 dias. Cada visitante, em média, levou para casa pelo menos seis livros. Entre os hábitos e costumes de leitura, de acordo com pesquisa realizada com os frequentadores, os romances ainda despertam mais interesse entre os leitores, seguidos de gêneros de fantasia, mistério, horror e ficção científica. Livros para jovens e adolescentes, HQs e mangás representam, juntos, 40,7% do interesse dos entrevistados.
As editoras comemoraram os resultados. Algumas delas registraram mais de 70% de aumento no volume de vendas. A HarperCollins, por exemplo, ultrapassou as vendas da Bienal Internacional de São Paulo no quinto dia do evento carioca. A editora trouxe 18 autores para o festival, um deles internacional. A Ediouro, por sua vez, registrou crescimento de 45% no faturamento em relação ao ano de 2015, última vez que a empresa teve um espaço próprio no evento. Já a Companhia das Letras superou em 20% o faturamento da edição de 2017, ainda na tarde de sábado, dia 7 de setembro. As editoras Intrínseca e Leya também contabilizaram aumento de 18% antes mesmo do encerramento da Bienal deste ano.
Já a Sextante celebrou a aproximação dos seus autores com os leitores. Esse ano, a editora trouxe dois autores estrangeiros e um número recorde de escritores nacionais. Entre os nomes que garantiram o topo do ranking dos títulos mais vendidos estão Thalita Rebouças, Bráulio Bessa, Fred Elboni, Augusto Cury e Nathalia Arcuri, fenômeno editorial em 2018 com o livro Me poupe!.
Editoras voltadas para o público jovem também se destacaram. O Grupo Alto Astral, que compareceu com um time de 42 autores, teve crescimento de 77%, em comparação ao ano anterior. A Planeta chegou a 73% de aumento e a Valentina calcula um faturamento 50% maior, com vendas acima de 60% no número de exemplares.
“Credito isso ao efeito Bienal, ao ambiente de cultura, de discussões de qualidade e do conteúdo que entregamos ao público”, destacou Tatiana Zaccaro, diretora da Bienal do Livro Rio. “As curadorias dos espaços foram incessantes propondo os melhores temas, buscando os melhores autores e personagens. O espaço infantil foi um sucesso, o Café Literário teve todas as sessões praticamente lotadas e a Arena #SEMFILTRO causou um alvoroço, consolidando a Bienal como o maior programa cultural e o mais diverso do país”.
O maior festival de cultura do país reuniu 520 expositores e atingiu a expectativa de público, com 600 mil visitantes em dez dias de evento. Na edição anterior, em 2017, a Bienal recebeu 640 mil pessoas em 11 dias – além de um dia a mais, ainda contou com um feriado de 7 de setembro na sexta-feira, o que contribuiu para o recorde do público naquela edição. Do público deste ano, de acordo com o levantamento feito pela Bienal, cerca de 74,6% dos frequentadores já havia participado de outras edições do festival. A visitação escolar também bateu um recorde, com a presença de 112 mil estudantes, principalmente de escolas da rede pública – mais que o dobro da edição anterior. Para a próxima edição, em 2021, 94% dos entrevistados afirmaram que vão voltar ao Riocentro.
Importante pilar do festival, a programação cultural e de conteúdo recebeu nota 9, numa escala de zero a dez. Café Literário, Encontro com Autores e Arena #SEMFILTRO tiveram suas sessões muitas vezes esgotadas, ao longo desses dez dias. Com o propósito de incentivar a leitura para mudar o Brasil, a Bienal do Livro reuniu os maiores nomes da literatura nacional e internacional, atores, músicos, youtubers, especialistas em educação, jornalistas e muitos outros. Ao lado de autores consagrados – como Luís Fernando Veríssimo, Laurentino Gomes e Thalita Rebouças – estavam escritores como Otávio Júnior, conhecido como “Livreiro do Alemão”, que trabalha para disseminar o gosto pela leitura em comunidades do Rio.
Este ano, os convidados discutiram temas como felicidade, democracia e autoritarismo, meio ambiente, fé, empoderamento, fake News, escravidão, ciências e diversidade. Pela primeira vez, as sessões da programação oficial tiveram tradução em libras e deficientes visuais também puderam explorar a Bienal a partir de visitas guiadas.
O conhecimento produzido durante estes dez dias estará preservado: as centenas de horas de debate foram gravadas e estarão disponíveis para a população no canal da Bienal no YouTube ou no site www.bienaldolivro.com.br.