“Quanto mais ingredientes, mais suspeito o chocolate. Para fazer um bom chocolate, só é necessário um bom cacau”. A afirmação é da escritora e consultora francesa Chloé Doutre-Roussel, mundialmente conhecida como Madame Chocolat. Chloé e mais de 20 especialistas do Brasil e do mundo estarão na segunda edição do Chocolat São Paulo – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que acontece de 12 a 15 de março no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera. O evento, considerado o maior do setor na América Latina, já tem 20 edições realizadas entre Bahia, Pará e São Paulo e reúne cerca de 70 expositores, sendo mais de 50 marcas de chocolate de origem, bean to bar, premium e gourmet.
Feito com cacau fino, selecionado, o chocolate bean to bar (da amêndoa à barra) tem conquistado cada vez mais adeptos no Brasil. Prova disso é a constante expansão de marcas de chocolate nesse nicho. Estima-se que atualmente haja mais de 150, a maioria delas usando cacau dos maiores pólos produtores do País: Pará e Bahia. Juntos, os dois estados são responsáveis por mais de 230 mil das 252 mil toneladas de cacau produzidas no Brasil no ano passado.
“O Chocolat Festival surgiu para fomentar a profissionalização desse mercado relativamente novo no País. Temos, durante quatro dias, o maior evento profissional dessa área na América Latina, reunindo consumidores, especialistas e produtores, uma oportunidade para discutir a industrialização, a verticalização da produção e, consequentemente, a melhoria da qualidade das amêndoas de cacau selecionado e do produto final elaborado”, pontua o empresário Marco Lessa, idealizador do festival, eleito em 2015 e 2018 uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio no Brasil pela Revista Dinheiro Rural.
Com teor mínimo de 40% de cacau (contra os 25% das marcas de grandes indústrias) chegando até puríssimos 100%, os chocolates feitos a partir de amêndoas selecionadas são mais saudáveis, pois concentram maior quantidade de flavonóides, substâncias com poderosa ação antioxidante. Conforme recente estudo de pesquisadores italianos publicado no periódico Frontiers in Nutrition, esses flavonóides são capazes de gerar ganhos em atividades cognitivas como aquisição de memórias, atenção e raciocínio.
Programação
Voltado para consumidores e profissionais da área, o Chocolat São Paulo espera receber 30 mil visitantes nesta segunda edição. Durante quatro dias, além da venda de chocolates e outros derivados do cacau selecionado, o evento promove experiências sensoriais, exposições, cursos de capacitação, workshops, debates sobre temas do setor e palestras ministradas por especialistas.
Logo na entrada do pavilhão da Bienal, o visitante cruzará o Túnel Cabruca, simulação cenográfica e sensorial de uma plantação de cacau sob a sombra da Mata Atlântica. Será possível ver e tocar nos frutos, pisar nas folhas secas, ouvir os sons e sentir o aroma da floresta. Em seguida, outro espaço temático mostra a quebra do cacau, um cocho de fermentação e até uma mini barcaça de secagem das amêndoas.
Entre os nomes de destaque desta edição está o chocolatier francês Patrice Chapon, que já fez sorvetes para o Palácio de Buckingham e hoje possui cinco lojas de chocolates na França, com pontos de venda em locais privilegiados de Paris, a exemplo das luxuosas Galerias Lafayette e aeroporto Charles de Gaulle. No Chocolat São Paulo, Chapon ensinará a receita da sua famosa mousse de chocolate de origem, que une sua paixão pelos sorvetes e a expertise em chocolate bean to bar. Durante o evento, o francês também apresentará o case da sua marca e falará sobre o mercado de chocolates na França, integrando o ciclo de palestras batizado de Chocoday.
Outra modalidade de palestras do Chocolat São Paulo é o Fórum do Cacau, onde especialistas trazem importantes temas do setor. Será possível, por exemplo, aprender sobre análise sensorial do cacau com a doutora Adriana Reis, gerente do Centro de Inovação do Cacau (CIC), ou conhecer o modelo de negócio do café especial, apresentado em um paralelo com o cacau pelos especialistas Pedro Ronca e Vanusia Nogueira. O Movimento Bean to Bar e como o produto brasileiro é visto no mercado internacional será o tema abordado pela francesa Chloé Doutre-Roussel, autora do livro The Chocolate Connoisseur, e pela consultora Maria Fernanda Di Giacobbe, embaixadora do Cacau da Venezuela.
Confeitaria
Um dos pontos altos do Chocolat São Paulo são os workshops de confeitaria que ocorrem na Cozinha Show. Por lá, passarão renomados chefs confeiteiros, como a premiada Bel Coelho. Apresentadora do programa Receita de Viagem, do canal Discovery TLC, Bel fará uma sobremesa exclusiva para o evento. Diego Lozano, Bertrand Busquet, Francisco Santana, Arnor Porto, Caio Correa, Renata Arassiro e, claro, o badalado Patrice Chapon completam o time da Cozinha Show. Para participar das aulas é preciso se inscrever previamente no site www.chocolatfestival.com. As vagas são limitadas.
O Festival agrega ainda espaço de recreação e minicursos de confeitaria para crianças, a Cozinha Kids, além de exposição de esculturas de chocolate no Ateliê do Chocolate Harald. Os visitantes também poderão ter a experiência de vivenciar a história do cacau e do chocolate através de um passeio em realidade virtual oferecido pela Dengo Chocolates.
Ingressos
A entrada para o Chocolat São Paulo custa R$ 20 (R$ 10 a meia-entrada para estudantes). As aulas da Cozinha Show custam R$ 50 cada, já as palestras Fórum do Cacau ou Chocoday saem por R$ 80. Há pacotes disponíveis no site para quem participar de mais de dois itens da programação. Na compra de qualquer curso ou palestra, o visitante ganha o ingresso para a feira. Crianças com até 4 anos de idade não pagam entrada.
Serviço:
Data: 12 a 15 de março
Horário: 12/03 – 16h as 20h | 13 a 15/03 – 10h as 20h
Local: Bienal do Ibirapuera