Não restam dúvidas que o reinício das feiras de negócios em praticamente todo o mundo trará um cenário diferente para expositores e visitantes.
As mudanças não estão relacionadas apenas aos novos protocolos de biossegurança e layouts de estandes. As restrições de viagens, assim como a pandemia ainda em vigor, refletem diretamente no número de expositores e visitantes.
Mesmo tendo sido novamente a plataforma para que os estúdios exibissem trailers de novas versões de filmes de sucesso – como James Bond, Batman, Homem-Aranha e Matrix -, a CinemaCon pode sentir os efeitos da variante Delta que assombra os Estados Unidos.
A ausência mais sentida no evento, realizado de 23 a 26 de agosto em Las Vegas, foi da Disney que, ao contrário de seus concorrentes, não apresentou um calendário de programação para os próximos meses.
Mas a grande diferença em relação a “tempos normais” pode ser visto na área de exposição, que em 2021 estava significativamente menor. Mesmo assim, a organização indica que o CinemaCon contou com a presença de mais de 2.000 executivos da indústria.
POLÊMICA
Caso tivesse comparecido, talvez a Disney poderia ter enfrentado uma recepção fria em Las Vegas. O maior estúdio de Hollywood lançou recentemente várias superproduções em sua plataforma de streaming (Disney+), tais como “Black Widow”, “Jungle Cruise” e “Cruella”, tirando o dinheiro das bilheterias.
Embora sua comédia “Free Guy” e o próximo filme da Marvel “Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings” sejam exibidos exclusivamente em cinemas, ninguém conhece os planos atuais da Disney.
A Disney não está sozinha. Sua rival Warner Bros entrou na mira dos donos de cinemas por lançar todos os seus títulos de 2021 na plataforma HBO Max, apesar de ter se comprometido a um curto período de 45 dias de projeções para as telonas em 2022.
A feroz concorrência entre os gigantes do espetáculo para atrair espectadores para suas plataformas deixou os donos das salas de cinema em meio ao fogo cruzado.
A preocupação em Hollywood com os estúdios experimentando alternativas nos serviços de streaming não é nada em comparação com o crescente alcance dos gigantes tecnológicos.
Enquanto os donos das salas de cinema insistem que os estúdios obterão mais lucro levando seus filmes de novo às telonas quando a pandemia der trégua, a equação não é tão simples quando se trata de gigantes como Amazon, que têm outras prioridades.