Como você avalia os prejuízos para o setor de feiras e eventos do Brasil com o COVID-19?
Em novembro passado a Ubrafe apresentou ao mercado a Pesquisa do Impacto Econômico das Feiras para Geração de Negócios, bem como o Calendário das Principais Feiras de Negócios para o ano de 2020. O valor do Impacto anual na economia brasileira na geração de resultados para as empresas expositoras dos eventos são da ordem de R$ 305 Bilhões de Reais, equivalente a 4,6% do PIB Nacional. Para obter esses resultados, expositores e visitantes aplicam no setor de eventos de negócios somente no estado de SP cerca de R$ 16,3 BILHÕES de reais. É um investimento com foco na geração de negócios através de eventos fundamental para fazer a economia “girar”. Estes investimentos possuem ampla capilaridade, englobando infraestrutura / serviços / hospedagem gastronomia / transporte / logística / promoções e marketing e outras áreas. Envolvem anualmente um enorme quantitativo de eventos, visitantes, expositores e área, além de envolver uma ampla cadeia produtiva. Face a representatividade informada, apresentamos abaixo o impacto que a suspensão dos eventos causará ao nosso setor:
Cenário de 60, 90 e 120 dias de interrupção dos eventos:
Volume de negócios gerados por eventos no período de 2018/2019 – R$ 305 bilhões
Considerando um percentual de realização de 55% dos eventos no primeiro semestre, a geração de valor é de R$167,75 bilhões
Valor médio gerado mensalmente por eventos (considerando um percentual de 55%) – R$ 27,95 bilhões
Paralisação de 60 dias irá gerar uma perda de R$ 52,5 bilhões para a economia.
Paralisação de 90 dias irá gerar uma perda de R$ 88 bilhões para a economia.
Paralisação de 120 dias irá geral uma perda de R$129,1 bilhões para a economia.
O investimento médio das empresas do setor de eventos nesse mesmo período – R$ 16,3 bilhões
Considerando um percentual de realização de 55% dos eventos no primeiro semestre, o investimento das empresas do setor é de R$ 8,96 bilhões.
Valor médio investido mensalmente no setor de eventos (considerando um percentual de 55%) – R$ 1,49 bilhões.
Paralisação de 60 dias irá gerar uma perda de R$ 2,8 bilhões para o setor de eventos do sistema expositor
Paralisação de 90 dias irá gerar uma perda de R$ 4,7 bilhões para o setor de eventos do sistema expositor
Paralisação de 120 dias irá gerar uma perda de R$5.9 bilhões para o setor de eventos do sistema expositor
2-) Hoje a agenda de adiamentos e/ou cancelamentos já atinge eventos marcados para o final de maio. Como você acha que ficará a relação espaço para eventos x eventos? Como estão sendo as conversas entre os venues e as promotoras para reorganizar a agenda?
Estamos todos unidos e trabalhando de forma conjunta com os locais para eventos, para chegar a uma agenda comum que atenda a demanda dos eventos que estão sendo cancelados e adiados.
3-) Quais tem sido as principais solicitações dos associados junto a entidade? Quais medidas estão sendo (e serão tomadas)?
A UBRAFE, além de estar trabalhando com os venues para adequação da agenda, está atuando junto as três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal) nas seguintes reivindicações:
– Colocar à disposição desta cadeia, se possível a custo zero os locais de exposição público, tais como: Pavilhões do Anhembi, Prodam, Memorial da América Latina e Ginásio do Ibirapuera, uma vez que após debelada a Pandemia, teremos um acúmulo no calendário de feiras, congressos e eventos de negócios, visando recuperar parcialmente o tempo perdido
– Liquidez e capital de giro para suportar a fase crítica de transição por meio da concessão de linhas de crédito do BNDES ou outros bancos de investimentos, com taxa de juros de longo prazo TJLP, as quais possam ser acessadas tanto por empresas 100% nacionais, quanto aquelas de capital estrangeiro;
– Desoneração dos pavilhões que contrato fixo de demanda mínima de conta de luz, para uma simples demanda de consumo pelo prazo mínimo que durar as restrições aos eventos.
– Redução para 0% (zero por cento) da alíquota de PIS/COFINS sobre o faturamento das empresas organizadoras de exposição e montadoras de estandes durante o ano de 2020;
– Redução em 50% (cinquenta por cento) da alíquota de PIS/COFINS sobre o faturamento das empresas organizadoras de exposição e montadoras de estandes durante o ano de 2021;
– Redução da alíquota efetiva das contribuições para o INSS sobre a folha de pagamentos para 5% (cinco por cento) para os anos de 2020 e 2021;
– Autorização para suspensão por até 180 (cento e oitenta) dias dos contratos de trabalho dos empregados das empresas do setor.
– Pagamento de 6 parcelas do seguro de desemprego sem justa causa, independentemente do tempo de vínculo empregatício;
– Utilização (criação) de um fundo estadual para fomentar a realização de eventos que foram cancelados;
– Isenção das Taxas Municipais TFA e TFE para realização dos eventos por pelo menos final e 2020, por parte da municipalidade de São Paulo.
4-) Um pavilhão que estava um pouco “esquecido” era o Anhembi. Ele pode ser o caminho para desafogar o calendário? Como está sendo a procura dele? Feiras usando os finais de semana é outro caminho?
Na última semana o prefeito divulgou que o Anhembi será utilizado como hospital de campanha.
5-) Após toda a crise passar, quanto tempo você avalia para o setor se recuperar?
O tempo de recuperação somente será possível estimar quando tivermos o quadro de quanto tempo não será possível realizar os eventos, uma vez que hoje temos inclusive impedimento pela municipalidade de tirar alvará para realizá-los. Mas nosso mercado é ágil e seremos muito eficientes em atender a demanda do mercado tão logo seja possível