Como você avalia os prejuízos para o setor de eventos do Brasil com o COVID-19?
Estamos diante de uma crise sem precedentes em todo o mundo e nosso segmento é, sem dúvida, um dos mais afetados pela pandemia. O impacto ainda é incalculável, pois ainda enfrentaremos uma fase bastante desafiadora em diversos países, como o caso do Brasil, mas também acreditamos que o mercado de eventos e turismo de negócios será um dos pilares para a retomada da economia mundial. Aqui no Brasil, é preciso trabalhar duro – e todo o time GL events está focado nesse propósito – para que o nosso segmento se recupere o mais rapidamente possível. Ele representa de 5% a 6% do PIB e emprega mais de 12 milhões de profissionais diretos e indiretos nos cerca de 590 mil eventos realizados por ano. É um setor que não pode parar.
Muitos eventos estão sendo remarcados. Alguns já anunciaram suas datas e pavilhão. Outros apenas anunciaram que acontecerão no segundo semestre. Como vocês estão trabalhando para organizar sua agenda pós-coronavírus?
Estamos acompanhando de perto essa questão, com toda atenção que o assunto merece, junto a cada um dos organizadores de eventos que estão programados para os espaços que gerimos no Brasil (São Paulo Expo, Riocentro, Jeunesse Arena e Centro de Convenções Salvador). Também mantemos diálogo permanente com promotores para os quais prestamos serviços de infraestruturas temporárias. Estamos reorganizando as agendas sobretudo para o segundo semestre de 2020 e negociando caso a caso.
Será necessário usar datas geralmente vazias, como os finais de semana, para uma reorganização do calendário de eventos?
Estamos avaliando em conjunto com a organização de cada evento todas as possibilidades de manutenção nos espaços de origem ou até mesmo identificando a possibilidade de remanejarem para outros espaços que o grupo gerencia no Brasil, de forma a atendê-los com a mesma qualidade.
Neste período sem evento, quais estão sendo as alternativas buscadas pela empresa para os negócios?
A GL events é uma companhia consolidada, com mais de 40 anos de atuação. Neste momento, tem toda sua atenção voltada aos colaboradores, clientes e parceiros. As empresas do grupo seguem o trabalho para reorganizarmos os calendários, captarem eventos a partir do segundo semestre e apoiarem os clientes no que for preciso. A GL events Live, por exemplo, que tem montado as estruturas para as iniciativas dos governos de vacinação volante e hospitais de campanha.
Na Holanda, Bélgica e Suécia a Easyfairs colocou seus centros de convenções à disposição das autoridades neste período de combate ao COVID-19. Na Áustria a Reed foi solicitada e seu pavilhão se transformou em um centro de atendimento. Aqui no Brasil já houve alguma conversa neste sentido? Qual sua opinião sobre estas ações?
Os pavilhões 2, 3 e 4 e parte dos escritórios do Riocentro estão ocupados pela Prefeitura do Rio para montagem de comitê de crise e hospital de campanha. Entendemos que é um momento atípico e que, quando não há outra alternativa, um centro de convenções acaba sendo requisitado pela estrutura que oferece. Mas é fundamental que assim que passar o momento crítico dessa pandemia, que o Riocentro seja o primeiro espaço a ser liberado para garantir a manutenção do calendário do 2º semestre. Isso é essencial, inclusive, para possibilitar a retomada da economia local e nacional, já que os centros de exposições são ferramentas estratégias para o turismo e geração de empregos e negócios.
Após toda a crise passar, quanto tempo você avalia para o setor se recuperar?
O cenário ainda é muito incerto para arriscar um prazo.
Como está sendo a tratativa comercial junto aos organizadores de eventos em relação a aspectos comerciais? Existem multas ou algo do gênero com o adiamento?
Todos estão trabalhando com muita parceria, pois essa é uma crise global que está prejudicando todos os setores da economia. Por isso, as negociações têm sido muito colaborativas e buscando o melhor caminho para todos os envolvidos.
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