Entrevista com Toni Sando (Visite São Paulo | UNEDESTINOS) sobre o impacto do COVID-19 no setor de eventos

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Toni Sando atuou no mercado financeiro em operações, marketing de produtos, mercado hoteleiro, além de ter sido Gerente Geral de Marketing para a América do Sul do Grupo Accor. Atualmente, é presidente executivo do Visite São Paulo, membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Presidente da União Nacional dos CVBs e Entidades de Destinos (UNEDESTINOS) e 1º Vice-Presidente da Latinoamerica y el Caribe CVB.

Como você avalia os prejuízos para o setor de turismo e eventos do Brasil com o COVID-19?

É um dos setores mais afetados pela crise. É um momento muito delicado, em que todos estão muito cientes da gravidade dos fatos e focados em como superar o desafio com a maior redução de danos possível. É claro o movimento de cancelamentos de viagens e eventos, o que impacta diretamente na cadeia produtiva do setor, afetando a ocupação dos hotéis, agenda dos centros de convenções, espaços, uso de transporte, aviação, fornecedores para eventos, bares, restaurantes e muito mais. Há diversos estudos que analisam o impacto no setor e ainda é cedo para entender a real dimensão do problema, mesmo que muito se possa fazer em paralelo: minimizar os danos agora; ações para se recompor pós-crise.

Quais tem sido as principais solicitações dos associados junto a associação? Quais medidas estão sendo (e serão tomadas)?

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O São Paulo Convention & Visitors Bureau tem trabalhado como um hub de informações nesse momento, para munir o associado de soluções que podem auxiliar na crise. Estamos centrados para que não haja dúvida e insegurança jurídica sobre ações que podem e devem ser tomadas, principalmente em relações trabalhistas. Estamos juntos às entidades de classe e sindicatos buscando as soluções legais para atravessar esse momento. 

No caso das solicitações feitas juntos ao governo, já ocorreram respostas?

Estamos endossando o coro de diversos pleitos encaminhados ao Governo Municipal, Estadual e Federal, além de manifestos assinados por inúmeras entidades – muitos dos quais já tivemos retorno e seguimos acompanhando a sua implementação. Todos os dias vemos, por meio de coletivas, respostas e reações, voltadas tanto para pessoas físicas como jurídicas. Seguimos com a pressão, pois o objetivo é passar pela crise com o menor dano possível, mantendo empregos e operações. Muitos dos pleitos são relacionados a isenção de imposto, acesso a crédito, desoneração de folha de pagamento, redução de recolhimento do INSS e FGTS, entre outros. Um dos pleitos mais recentes, direcionado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Secretaria de Segurança Urbana da Cidade de São Paulo e à Delegacia de Atendimento ao Turista, foi em relação ao reforço de segurança para áreas com hotéis e centros de convenções que fecharam temporariamente ou mantem uma operação reduzida.

Quais orientações estão sendo dadas aos associados?

Em relação ao trabalho do SPCVB, os hotéis mantêm o compromisso de cobrar e repassar o Room Tax em unidades que ainda registram ocupação; e os demais associados seguem confiando em um momento pós-crise promissor. A entidade sempre trabalhou para resultados em curto, médio e longo prazo. Ou seja, a equipe técnica segue atuando para atrair eventos para os próximos anos, gerando oportunidades de negócios. As entidades seguem com os processos de candidatura para a realização de seus eventos. 

Após toda a crise passar, quanto tempo você avalia para o setor se recuperar?

Depende muito do real impacto e do período que a epidemia vai perdurar. Supondo que a crise dure os próximos dois meses, a agenda de eventos para o segundo semestre já está mais preenchida do que de costume, uma vez que muitos eventos foram adiados para essas novas datas. O desafio é conseguir alocar todas as remarcações, manter orçamentos, reajustar dias de realização e promover os encontros para seus públicos. O mercado está confiante em um início do retorno das atividades para final de julho, início de agosto. Mas qualquer previsão, agora, é pura especulação. O foco deve ser na sobrevivência durante a crise.

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