Os Matsuris são festivais que celebram a cultura japonesa. No Brasil, é impossível pensar em Matsuri e não associar a um nome: Takao Sato. Fundador da TASA Eventos, Takao é referência no segmento e realizador dos principais eventos deste segmento no país.
Takao entrou para o mundo dos eventos de forma espontânea, mas sempre engajado com questões da comunidade nipônica. Antes de ter sua empresa foi diretor social da ACEMA, a Associação (nipo-brasileira) Cultural e Esportiva de Maringá.
Foi nesta posição que teve seus primeiros contatos com essa indústria de eventos, organizando uma série de eventos como o carnaval do clube, jantares, bailes, entre outros. Depois de concluir sua graduação em turismo, trouxe toda esta experiência para fundar sua própria organizadora. O primeiro trabalho? Justamente a profissionalização do festival Nipo-brasileiro da ACEMA, ainda em 2003.
Atualmente, além dos Matsuris, a TASA Eventos tem em seu portfólio as Feiras de Imóveis com apoio da Caixa Econômica Federal no Paraná, Santa Catarina e Rondônia, além de diversos congressos técnico-científicos, nacionais e internacionais.
A Radar Magazine conversou com Takao para conhecer mais sobre o mundo dos Matsuris, seu trabalho e perspectivas para 2022.
Como foi o caminho para se tornar uma referência em Matsuris no Brasil?
Para chegarmos nesse resultado foi preciso pensar fora da caixa. Eu sempre busquei agregar diferenciais nos meus eventos, dando preferência a atividades que promovessem uma maior interatividade com o público visitante. O objetivo não era somente expor o conteúdo, era criar uma experiência de verdadeira imersão na cultura japonesa.
Atualmente são quais os eventos realizados pela TASA Eventos neste segmento?
Hoje o Festival Nipo-brasileiro de Maringá é um dos maiores eventos de cultura japonesa do país. Ao todo, já vencemos cinco prêmios Caio, o Óscar do mercado de eventos no Brasil, tornando-o uma referência no setor
Com o sucesso do formato vieram convites importantes, como o do Costão do Santinho Resort que me contatou para juntos desenvolvermos um produto que melhorasse a taxa de ocupação do hotel nos períodos de baixa estação.
Propus então a criação de um festival temático nipônico – o Costão Matsuri – que em 2022 irá para sua décima oitava edição. A iniciativa foi um sucesso e hoje conseguimos entregar quase 100% de taxa de ocupação do Resort durante o período do festival.
Atualmente, temos seis Matsuris no calendário. O Rio Matsuri (no Rio de Janeiro), o Geek & Matsuri (no Sesi Osasco em São Paulo), o Costão Matsuri (Florianópolis-SC), o Festival Nipo-brasileiro (Maringá-PR), o Jungle Matsuri (Manaus-AM) e o Indaiatuba Matsuri (no interior de SP).
O Rio Matsuri é hoje o maior que vocês realizam? Como foi seu processo de criação?
Sim, o Rio Matsuri é o maior evento que realizamos. Tudo começou em 2017 quando encontrei a Milena Palumbo (CEO da GL events no Brasil) na LAMEC – Latin America Meeting & Events Conference, realizado no WTC Events Center, em São Paulo. Ela me propôs organizar, em parceria com a GL events, um festival de cultura japonesa no Rio de Janeiro, em comemoração dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil – que ocorreria no ano seguinte, em 2018). O casamento foi um sucesso e juntos conseguimos realizar 3 edições incríveis, sendo a última em janeiro de 2020, dois meses antes do início do lockdown no Brasil. Justamente por conta disso, não conseguimos realizar o evento em 2021.
Em 2022 ele estará de volta? Qual a expectativa?
A expectativa para o ano que vem é excelente. Já programamos realizar o evento no período entre 8 e 10 de abril no Riocentro. Nós já temos um público cativo no Rio de Janeiro que é absolutamente apaixonado pela cultura nipônica, seja a cultura tradicional, sejam os animes, os mangás, ou a gastronomia japonesa. Então a expectativa é sempre de um grande público, ainda mais nessa volta que será nosso reencontro. E justamente por ser um evento especial, estamos preparando uma série de conteúdos inéditos para atender essas expectativas. Podem esperar que viremos com muitas novidades.
Falando da pandemia, como foi para empresa este período em que não era possível realizar eventos presencias?
A pandemia atingiu a todos nós do mercado de eventos com igual força. Foi muito difícil, mais de um ano e meio sem poder realizar eventos presenciais. Ainda conseguimos nesse período encontrar soluções inovadoras, promovendo feiras e conferências virtuais, mas claro que não é a mesma coisa.
As feiras digitais de imóveis são exemplos destas soluções inovadoras? Como foi esta experiência?
Esse é um excelente exemplo do que disse anteriormente. Diante de um cenário de adversidades sempre precisamos buscar soluções criativas e o Feira Digital de Imóveis foi uma delas. Pedi a um parceiro comercial para desenvolver um software que possibilitasse ao nosso visitante virtual conhecer internamente os imóveis, além de encontrar informações de preço, local, condições, etc.
Nossa ideia funcionou bem e conseguimos comprovar a praticidade do sistema. Foi a primeira Feira de Imóveis Digital com apoio da Caixa no Estado de Rondônia. O sucesso da iniciativa abriu portas e exportamos o modelo para outros estados, realizando a feira também no Paraná, em Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Apesar de ter servido bem ao propósito em nossa situação pandêmica, com o retorno das feiras ao formato presencial, fica difícil imaginar a continuidade do formato. Ainda assim, foi sem dúvidas uma experiência inédita e muito enriquecedora.
Você está atuando também como consultor na UCCONX, evento de cultura pop que promete agitar São Paulo. Como está sendo este trabalho?
A UCCONX vai ser algo completamente novo e fico muito feliz de poder participar dessa iniciativa. O evento propõe explorar seis universos temáticos: o Cosplay, o Asian, o Comics, o de Filmes e séries, o de Games e o da Cultura Urbana.
Eu sou o consultor e curador do conteúdo da parte de cultura asiática. Minha responsabilidade é trazer o melhor da cultura tradicional, da culinária e da cultura pop asiática para dentro do evento, sejam mangás, animes, K-Pop, etc.
É ótimo poder emprestar minha experiência ao evento, abrindo portas num segmento que já conheço um pouco, que é o segmento geek, mas que nunca tive a oportunidade de me aprofundar tanto quanto estou fazendo.
Além disso, é sempre uma vivência profissional incrível poder estar em contato com tanta gente talentosa de outras áreas como a de games, quadrinhos, cinema, etc.
Como está a agenda de eventos da empresa para 2022? Quantos já estão confirmados?
Além dos seis Matsuris que já temos em nosso calendário, recebi convites de quase todas as regiões do Brasil para organizar seis novos projetos. Serão os Matsuris de Guarulhos, Jundiaí, Campinas e Santos (no estado de São Paulo), Recife (Pernambuco) e Joinville (Santa Catarina). Também recebemos um convite para desenvolver novos projetos de Matsuris em Portugal.
O que você espera para o setor de eventos como um todo em 2022?
Espero que o setor volte com tudo, afinal, foram dois anos que tivemos de represamento. Existe uma vontade muito grande por parte do produtor, além de uma demanda enorme reprimida por parte do público.
Essa saudade, essa gana a gente já consegue observar desde agora com o sucesso dos eventos que estão sendo realizados no final de 2021. Para mim é inegavelmente uma amostra do que nos aguarda no futuro.
Matéria originalmente publicada na Edição 62 da Radar Magazine (www.radarmagazine.com.br ), pertencente ao Grupo Radar.