POR MARCUS QUINTANILHA FILHO
A Bahia é um país; e dos grandes! Maior que a França, maior estado do nordeste – não só em extensão – mas em PIB, população e de número de municípios: 417.
Também foi na Bahia que os Portugueses chegaram, pelo extremo sul. Mas, além das influências dominantes dos “descobridores”, herdamos também confusões históricas. Conforme esclarecido pela revista Super Interessante, de abril de 2023, o Forró não foi derivado da palavra “For All”, e sim, uma redução de “Forrobodó”, derivada de um termo Africano que significa “farra, confusão”.
Essa música – parte importante de nossa história – é a força motriz dos eventos de abril a julho, todos os anos. Além de questões históricas, temos um imenso orgulho das festas juninas.
A Bahia, com seus municípios, se enfeitam com bandeirolas e fogueiras são acesas nas portas de casa, dando espaço para um imenso mar de eventos, que fortalece a economia de cidades que esperam o ano inteiro por esse momento.
Segundo dados oficiais, o São João de 2024 movimentou 2 bilhões de reais com 1,7 milhão de visitantes. Esse número leva apenas em consideração os dias de feriado. Mas, como afirmado aqui, tudo começa em abril e termina em julho.
Para quem não é conhecedor da história dessa festa popular, que pode passar despercebida, não consegue entender o seu tamanho. Mas a verdade é que, até nós, temos dificuldade em calcular tais números. Você já imaginou cerca de vinte dias de festa em mais de quatrocentas cidades?
São quase oito mil eventos separados, ocorrendo simultaneamente, com artistas fazendo até 3 shows em uma noite como é o caso do cantor “João Almeida” (@joaoforrozeiro).
Segundo o próprio cantor, em entrevista reservada, concedida para o Grupo Radar & TV, afirmou que: “(…) realiza cerca de vinte e cinco shows em um único mês: concentrado em quinze dias.”
E mais: “Existe uma procura intensa por cantores e também sanfoneiros. Chegamos na cidade com um ônibus da banda e somos recebidos como se fôssemos esperados durante todo o ano. É uma alegria que não consigo traduzir em palavras”
Temos tamanha grandeza na Bahia que existem concursos de música e danças típicas que são bastante valorizadas em suas regiões.
As grades de shows, geralmente organizadas pelas prefeituras, fazem parte de um programa já esperado pelos moradores e pessoas da capital que passam pelo interior, nessa época do ano.
É um êxodo imenso, que causa congestionamento de mais de dez horas nas rodovias, um fluxo e uma movimentação na economia, que é diretamente ligada aos eventos de São João!
Ainda sobre o forró, perguntamos ao cantor João Almeida, qual a expectativa para 2025 e ele aposta todas as fichas na maratona que já faz há 28 anos, trazendo esse ano a música intitulada “dialogar”, que já é a mais tocada nas rádios do interior do estado em março de 2025.
A música com batidas marcantes é sempre um sucesso em cada cantinho desse imenso estado, que poderia ser um país, cheio de eventos e matrizes culturais, realçando ainda mais a aptidão da Bahia para eventos e festas, durante todo o ano.
*Marcus Quintanilha Filho é escritor, produtor cultural e empresário. Na imagem que ilustra o artigo está João Almeida.