Eventos políticos: fora Lula! 

Anúncio ABIMAD39

*POR MARCUS QUINTANILHA, PROFESSOR, PRODUTOR CULTURAL, ECONOMISTA E ESCRITOR. 

A impugnação de mandato ou “impeachment” teve seu momento histórico no Brasil em 1992 com o afastamento do presidente Collor.

Haviam dois casos anteriores e uma tentativa (com Getúlio Vargas), mas o daquele que “confiscou as poupanças” ficaria na memória pela comoção popular!  

A imagem que ficou na lembrança não foi da sua saída, mas de milhares de pessoas com o rosto pintado de verde e amarelo nas ruas. Assim – observo – que começou um movimento espontâneo de eventos para fortalecer a democracia.

Anúncio

O último, de Dilma, também foi um movimento barulhento, com idas à rua e a interação em redes sociais, favorecendo sua saída, em 2016. Após esse afastamento, houve a pandemia e muita discussão sobre “fake news” e politização de instituições que não eram politizadas.

Tivemos uma descaracterização da vontade popular. Um extremismo que não se vê nos eventos de rua. Aquilo que se tornou nossa última barreira contra a opressão e a violência contra nossos direitos. 

Os eventos políticos se tornaram mais frequentes em nosso país, justamente pela angústia da população em relação às políticas públicas.

Em junho de 2013, aquele que “não eram apenas pelos vinte centavos”: em resposta ao aumento das tarifas de ônibus.

Depois, tivemos tantos outros: caminhoneiros parando rodovias, paradas na Paulista, dentre tantos que me fogem a memória. Fato é que o Brasileiro começou a entender a força dos eventos para reverter os problemas que a decisão nas urnas nos traz.

 É lícito fazê-los, com ordem e impulsionando a mudança da realidade que desagrada o Brasileiro.  

Teremos em 16 de março um evento intitulado “Fora Lula”. Segundo o site UOL, de 06/03/25 – data que escrevo esse texto – em sincronia, relata: “O sociólogo e cientista político Rudá Ricci deixou o PT na década de 1990, quando, segundo ele, o partido começou a se aproximar do “centrão” e a priorizar os interesses do mercado financeiro.

Em 2014, ele publicou o livro “Lulismo: Da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira”.  Aquilo que parecia uma disputa política entre esquerda e direita, será, possivelmente um novo capítulo da história Brasileira.

Não há, divago em relação ao motivo, uma questão partidária, nesse caso. No momento atual, em especial dia 16 de março, entendo que o povo vai para as ruas reclamar sobre o café, o ovo, a carne, a inflação, a falta de segurança pública, de emprego e tudo aquilo que foi prometido e não cumprido.

Acredito ser uma ação espontânea de uma nação que começa a enxergar a fome novamente como uma mazela que pode retornar, sem necessidade. 

Essa história já vimos antes. Já fomos votar e nos deparamos com o país derrapando e tivemos que fazer um evento popular para manifestar a inquietação pública, o anseio para o mínimo de decência entre o que é dito no palanque e o que é feito na prática.

Basta ver se será um evento político com consequências reais – como antes – ou se a democracia está fora das ruas!

Teremos em 2025 um grande teste de como os eventos de rua são reflexo da população ante os ditames políticos!