O setor de viagens corporativas encerrou o ano de 2022 com faturamento acumulado de 93,6 bilhões de reais, crescimento de 81,6% na comparação com 2021, porém ficando 4,7% abaixo do ano pré-pandemia de 2019.
Essas informações são do LVC – Levantamento das Viagens Corporativas, da FecomercioSP em parceria com a ALAGEV – Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas.
Em dezembro, em específico, houve um gasto estimado de R$ 6,5 bilhões em viagens corporativas por todo o país, alta de 15,7% no contraponto anual e já superando em 2,3% o nível pré-pandêmico.
O ritmo no período sazonalmente é menos intenso por conta do início das férias. O resultado do ano de 2022 ainda é marcado por dois momentos distintos.
O primeiro, no início do ano, sobretudo no primeiro bimestre, pelas consequências da variante ômicron, a qual provocou cancelamentos naquele período. Assim, a recuperação foi mais lenta do que o esperado.
Já no segundo momento, no segundo semestre, não havia mais sinais das restrições do coronavírus, havendo uma liberdade completa, o que provocou uma aceleração nos planejamentos de viagens e eventos.
Tanto que o setor atingiu um faturamento médio superior a 9 bilhões de reais por mês, similar ao que se via antes de 2020.
Vale destaque, no entanto, que esse faturamento maior na segunda etapa do ano foi causado também pela escalada dos custos das viagens que as empresas tiveram que arcar, principalmente em relação às passagens aéreas.
As consequências da guerra na Ucrânia foram vistas em praticamente todos os cantos da área do turismo, da aviação, passando pelo transporte rodoviário, de alimentação e hospedagem, e nas estruturas dos eventos.
Dada a conjuntura internacional complexa, os custos mais altos foram sendo repassados aos clientes e consumidores finais. Mas para 2023, a perspectiva é positiva.
Os preços, em média, continuam elevados, porém mais estabilizados, o que permite uma maior previsibilidade.
Desta forma, torna a gestão de viagens, ao longo de um ano, menos desconfortável e sem surpresas no percurso dos meses.
A tendência, portanto, é que as empresas continuam expandindo os gastos com viagens e eventos, mesmo com preços mais altos e mantendo a avaliação criteriosa.
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, as viagens de negócios no Brasil tiveram resultados mais interessantes do que o esperado.
De acordo ainda com a executiva, isso pode ser atribuído ao desejo de realizar encontros presenciais, participar de eventos e ampliar as estratégias de recuperação das atividades pós restrições 2020-2021.
“Os preços mais elevados alteraram parcialmente as dinâmicas, com concentração de demanda em destinos mais próximos e acessíveis por carro e ônibus, no caso de eventos e convenções, o que contribuiu com os bons resultados das regiões sul e sudeste”, afirma.
“Para 2023, espera-se uma acomodação entre os eventos presenciais e as ações remotas com apoio de tecnologia, caso os preços não baixem. Por outro lado, o setor de eventos tem investido em inovação e criatividade, o que pode ampliar a concorrência e aumentar a demanda”, finaliza.