Em 14 de maio o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, promoveu um evento com convidados e música ao vivo em ambiente fechado para a inauguração do Memorial Paranista, no parque São Lourenço.
Nas imagens gravadas e divulgadas pelas redes sociais por pessoas presentes no evento, é possível ver medidas restritivas dos decretos sanitários sendo descumpridas pelo prefeito e demais convidados e autoridades, como a própria realização da celebração e a falta de distanciamento social.
A ação gerou revolta de um grupo de promotores de eventos e empresários de restaurantes de Curitiba, que estão há 14 meses sem trabalhar enquanto a prefeitura “descumpriu” seu próprio decreto com o evento.
Os eventos com aglomeração de pessoas estão proibidos em Curitiba desde março do ano passado.
Como reação imediata, no dia 19, este grupo realizou um protesto em frente à prefeitura. O protesto teve a participação de cerca de 50 pessoas segundo os organizadores, com distanciamento social e uso de máscaras de proteção, além de postagens nas redes sociais com a #euvivodeeventos.
Agora, em uma nova ação, o presidente do núcleo de eventos da seccional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), Julio César Hezel, escreveu um artigo sobre a situação do mercado de eventos em Curitiba.
Confira abaixo na íntegra
“Não confundam o setor de eventos com baladas e festas clandestinas”. É isso que os proprietários das casas de eventos controlados e com protocolos de segurança, de eventos sociais, buffets infantis e correlatos, tentam explicar à prefeitura de Curitiba e à secretaria municipal de saúde desde o início da pandemia.
Por que tantas cidades da região metropolitana e do Brasil, já podem realizar pequenos eventos, mas em Curitiba ainda não está permitido?
Tanta omissão e tanto descaso, mesmo após inúmeras tentativas de diálogos, levam a crer que a prefeitura de Curitiba entende que o setor de Eventos é o grande vilão da pandemia, mesmo parados e fechados há 15 meses.
O setor de eventos foi o que mais contribuiu para a não propagação do vírus da Covid-19, mantendo suas portas fechadas desde março de 2020 em um sacrifício em prol da sociedade, sem receber nenhum tipo de ajuda.
Buscamos incansavelmente oportunidades para apresentar propostas e debater soluções. Também buscamos entender onde estão os argumentos técnicos e os estudos do Comitê de Ética Médica, que comprovem se realmente os eventos controlados são ambientes transmissores do vírus.
Mas, se a prefeitura pode realizar um evento como a inauguração do Memorial Paranista, com beijos, abraços e aglomerações, nós, profissionais do setor de eventos controlados, sabemos fazer eventos ainda melhores e mais seguros para a família Curitibana.
Só queremos a dignidade de trabalhar respeitando as normas, as leis e a constituição.