Francisco Santos, Presidente da Couromoda, falou ao site português World Footwear, de Portugal, sobre o mercado de calçados. Na opinião de Francisco, aindústria do calçado, como outros segmentos econômicos, teve que se adaptar à inevitável globalização dos mercados e às fortes alterações que a popularização da moda provocou, e ainda provoca, nas relações comerciais entre indústria e varejo. Ele explica que o poder não está mais apenas nas mãos de quem detém altas capacidades produtivas e sim nas de quem consegue oferecer inovação, atualização constante de produtos, com a rapidez que o consumidor exige.
“Tudo isso complementado com serviços de pós-venda ao varejo, que necessitam, como nunca, de parcerias com fabricantes e não apenas do processo tradicional de compra e venda exercido entre fornecedores e compradores”, explica. No Brasil, o presidente da Couromoda cita que a indústria conseguiu acompanhar o rápido crescimento do consumo interno (que quase dobrou nos últimos 10 anos), mesmo competindo com os produtos asiáticos, que chegam ao país “driblando” a lei antidumping em vigor contra calçados chineses.
Nesta questão do varejo, Francisco aponta que no Brasil existem muitas empresas do varejo atuando em duas frentes: lojas físicas e virtuais e, nestes casos, a proporção nas vendas de sapatos tem se mantido em torno de 95% nas lojas físicas. Por outro lado, o uso de TI nas lojas físicas é uma realidade cada vez mais presente, especialmente na relação com os fornecedores, visando ações comerciais mais próximas, soluções mais econômicas e reposição de estoques mais rápida.
Ao falar sobre os desafios que existem pela frente, ele acredita que o varejo brasileiro ainda está se ajustando a um mercado que exige renovações e novidades contínuas nas vitrines, a um mercado que não vende mais “apenas” sapatos e sim moda. “O fato é positivo, pois trouxe, e continua a trazer, fortes crescimentos no consumo. Mas também tem como consequência um aumento no risco da compra, no volume e no tipo de produto a estocar”, aponta.
Feiras de Negócios
Francisco Santos fala ainda sobre a importância das Feiras de Negócios. “Pensar numa feira apenas como promotora de vendas é uma forma inadequada de analisar a importância estratégica destes eventos. Feiras não terminam em seu último dia; ao contrário, a partir de seu encerramento permanecem gerando negócios, pois durante sua realização fazem-se milhares de contatos, estabelecem-se agendas de vendas que muitas vezes ocupam meses, ou impactam os resultados até de todo o ano”, explica.
Para o presidente da Couromoda, as feiras são insubstituíveis como desenvolvedoras e promotoras de negócios, nas quais lojistas têm uma visão ampla do mercado, envolvendo faixas de preços, tendências de moda em produtos e em materiais.
Por fim, Francisco comenta que a economia atual exige empresários cada vez mais conectados e atentos aos desafios que permeiam a sua atividade. “No calçado isto não é diferente, principalmente com as nuances específicas do setor, que mudam totalmente – em função da moda e das condições de consumo – a cada seis meses. A realização do World Footwear Congress em Leon, no México, será uma oportunidade única para estreitar o relacionamento entre os players que realmente decidem na indústria e no varejo de sapatos em todo o planeta”, aponta.
A entrevista completa está disponível no site da Couromoda: http://couromoda.com.br/noticias/ler/em-entrevista-ao-world-footwear-francisco-santos-fala-sobre-a-industria-calcadista-do-brasil
Fonte: Couromoda