Haja TNT

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Douglas Costa tem 42 anos, sendo que 12 deles foram dedicados ao Grupo Petrópolis. Formado em Propaganda e Marketing pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pós-graduado em Comunicação em Marketing (Faculdade Anhembi Morumbi) e em Marketing (FGV), com especialização em Direção Geral de Empresas pela Esade Business School de Barcelona e em Marketing pela Kellogg – Northwester University (EUA).

Com sua equipe, ajudou a fazer com que o Grupo Petrópolis ocupasse hoje o posto de segunda maior cervejaria do Brasil. E olha que a equipe não é pequena. Sob a responsabilidade do Diretor de Mercado do Grupo estão oito áreas: Marketing, Trade Marketing, Comunicação Corporativa, Comércio Exterior, Novos Negócios, Propriedade Industrial, Inteligência de Mercado e Comercial. Com uma boa dose de TNT e ousadia, Douglas deve aumentar ainda mais a carga de trabalho nos próximos anos com a forte expansão que o Grupo Petrópolis está realizando no Nordeste.

Não se pode deixar de lado o empreendedorismo do sr. Walter quando falamos do Grupo, mas notamos uma estratégia agressiva de expansão da empresa. A ousadia nos negócios é uma característica própria sua?
O meu primeiro diretor dizia que eu tinha uma visão sistêmica, que eu exercitava muito a arte de fazer fazendo. Acho que isso sempre foi parte do meu perfil, de fazer as coisas acontecerem, sempre com os pés no chão, analisando o que precisa ser feito, suas consequências. Mas sempre sem medo de errar.

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A expansão do Grupo para o Nordeste inclui duas importantes ações: construção de duas fábricas e Naming Rights de duas Arenas na região. Começando pelas fábricas em Alagoinhas (BA) e Itapissuma (PE). Como se deu a escolha por esses dois lugares?
O Nordeste na verdade estava em nosso plano de expansão, hoje este mercado está entre os três maiores de consumo de cerveja no Brasil. A escolha de Alagoinhas e Itapissuma tem basicamente dois pontos principais. Um é pelo suprimento de água, que tem que ser em abundância e de qualidade. Alagoinhas é privilegiada, tem um aquífero que passa por ali que é muito grande. A outra é a logística, a localização geográfica de Alagoinhas, que acaba ficando praticamente no centro do Estado da Bahia, permite que o escoamento da produção seja mais fácil. Quando vamos para Itapissuma é a mesma coisa.

Além da cerveja, serão produzidos outros itens do portfólio do Grupo nessas unidades?
Estamos falando basicamente de cervejas, principalmente a Pilsen. Também pensamos em produzir a zero álcool e, em um segundo momento, devemos entrar com outros produtos do portfólio, alguma coisa de não alcóolicos dentro dessas unidades. Estamos analisando e, em Alagoinhas, podemos ter a possibilidade de instalar uma linha de refrigerantes e de TNT.

Falando agora no Naming Rights. Por quanto tempo a empresa adquiriu os direitos das Arenas Fonte Nova e Pernambuco e quanto foi investido?
São dez anos renováveis por mais um período de dez. O investimento foi de R$ 10 milhões em cada Arena.

O Naming Rights vai muito além da menção do nome. Gostaria que você explicasse quais serão as estratégias para ativação deles.
Olhamos muito para as questões de ativações que conseguimos realizar dentro das Arenas, sejam elas nos jogos de futebol, nos shows que acontecem lá ou em shows próprios que pretendemos realizar.  Estamos estruturando. Hoje temos um profissional só para cuidar das Arenas, fazer a gestão do conteúdo junto com a Odebretch, que faz a administração de ambas. Temos uma consultoria externa que está fazendo um trabalho para a gente, montando um plano estratégico para trabalharmos estas Arenas. O projeto contempla, inclusive, visitas a algumas Arenas dos Estados Unidos para entendermos as práticas que eles têm por lá.

Hoje a TNT possui 30% de market share em um mercado que cresce cerca de 40% ao ano. Um mercado muito promissor. Qual a importância desse produto hoje para o Grupo?
Hoje a participação do TNT é de menos de 5% do resultado da companhia, até porque o mercado de energéticos é infinitamente menor que o mercado de cervejas. É um produto de alta rentabilidade, bem maior do que com cerveja, mas mesmo assim tem uma representação pequena. Com a estratégia de crescimento no mercado interno e no externo, pretendemos que esta fatia cresça e que chegue a 10% a 15% do resultado da companhia.

Como estão os planos para comercialização do TNT no exterior?
Fizemos alguns ajustes, a previsão inicial incluía China e Rússia, mas resolvemos aguardar porque não conseguimos chegar a um acordo comercial com esses dois países, pois demanda um distribuidor. Iniciamos a operação com a Alemanha, onde já se encontra o TNT, e a partir disso já tivemos vários outros contatos e distribuidores para fazer Espanha e Portugal, Emirados Árabes, Iraque, Austrália, Japão, e vimos possibilidades nos EUA também.

Em menos de um ano, o isotônico da empresa também apresenta uma boa representatividade no mercado certo?
Com os isotônicos estamos ainda em uma fase inicial, de introdução de mercado, mas estamos evoluindo, os volumes estão crescendo, estão dentro das nossas expectativas, dentro dos objetivos que havíamos traçado, e agora a gente começa a potencializar efetivamente.

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Como será esse trabalho para potencializar a marca?
Vamos avançar nas questões de patrocínio, devemos construir o Iron Age de uma forma muito parecida com a maneira que fizemos com o TNT, ou seja, focando muito os investimentos na questão dos esportes, mas ligando-o a esportes olímpicos e coletivos. Faremos uma série de ativações em um primeiro momento para poder aproximar a marca dos consumidores, para que possam provar o produto.

Investir no carnaval e nos esportes é o principal caminho para se fortalecer uma marca no mercado brasileiro de bebidas?
Sim, principalmente a cerveja na questão do carnaval. O esporte eu acho interessante, mas é preciso se segmentar. Para as cervejas tem alguns esportes que são adequados, para os não alcoólicos tem outros. Por exemplo, para o TNT tem os esportes radicais. Para os Olímpicos, o Iron Age, para a cerveja principalmente os esportes que estão associados ao público masculino, como o futebol e até mesmo o automobilismo. Entendemos que realmente os esportes são hoje, e vão ser daqui para frente e principalmente até 2016, um assunto em evidência no País e uma grande oportunidade de construção de marca.

Quais os lançamentos que podemos esperar para 2014?
Fizemos uma revisão total de nosso portfólio, reduzimos muito os SKU’s para que justamente pudéssemos abrir espaço para novos produtos. A questão de novos produtos tem que ser muito bem trabalhada, tem que ser estratégica. Nós temos alguns lançamentos, mas poucos previstos. O nosso foco agora é principalmente estruturar e consolidar um portfólio de não alcoólicos com água, refrigerante, TNT, isotônico Iron Age e nosso recente lançamento: o energético em PET, o Magneto.

Hoje vocês estão presentes em mais de 400 mil PDVs, possuem a segunda posição em um mercado no qual o Brasil é o terceiro maior do mundo. Existem planos de vender a empresa ou realizar um IPO?
São 400 mil na nossa área de atuação, e o total no Brasil está em torno de 1 milhão de PDVs. Não temos a pretensão de vender a empresa. Até porque temos uma situação muito favorável de desempenho da companhia, conseguimos manter nosso crescimento e temos ainda muito a crescer geograficamente. Estamos falando em outros 600 mil PDVs a se buscar, então não faz parte da estratégia da companhia pensar em qualquer tipo de venda ou abertura de capital nesse momento. Estamos tendo fôlego para crescer, então hoje não existe essa pretensão.