A indústria de feiras de negócios na Itália é composta por 190 empresas, emprega 3.700 trabalhadores e expressa um valor de 1,4 bilhão de euros por ano.
Elas são um grande vetor de crescimento para as empresas Made in Italy, porém ainda pouco presentes no exterior, onde os players italianos desenvolvem em média menos de 10% de suas receitas totais.
Por isso a AEFI (Associação Italiana de Exposições e Feiras), tem como meta já a médio prazo a criação de uma ferramenta capaz de apoiar o crescimento dos principais eventos fora das fronteiras nacionais.
O ponto de partida é o estudo realizado por Roland Berger para a AEFI, que foi apresentado na última semana ao setor na presença da Ministra do Turismo, Daniela Santanchè.
O documento, que agora em análise por atores setoriais e institucionais, traz um plano para promover o salto de qualidade internacional que passa pelo “Call to action”.
As etapas subsequentes previstas passarão pela adesão dos operadores de feiras e das principais feiras a uma plataforma (“Club deal”).
O “Club Deal”, de acordo com o documento Aefi/Roland Berger, será uma plataforma aberta a todas as principais exposições internacionais do produto italiano com um duplo objetivo:
– Apoiar ainda mais o crescimento das exportações e consolidar a presença da quarta maior indústria de feiras no mundo;
– Apoiar o desenvolvimento global da marca italiana.
Uma direção única, coordenada e compartilhada por todos os atores – que terão liberdade para participar ou não de iniciativas – de acordo com suas escolhas de portfólio.
Está previsto a elaboração de um programa partilhado com a definição de cruzamentos estratégicos e o casamento de eventos/países-alvo; a quantificação de impactos econômicos e de investimento, também na perspectiva de aquisições, envolvimento de instituições e etc.
“O objetivo é acompanhar nossas empresas pelo mundo sob uma única bandeira e preencher a lacuna internacional de nosso sistema para conduzi-lo aos valores da França e da Alemanha, onde suas manifestações no exterior respondem por quase 30% do faturamento total”, explicou Maurizio Danese, Presidente da AEFI.
TURISMO DE NEGÓCIOS NA ITÁLIA
Na Itália, o turismo de feiras de negócios ativa um valor de produção superior a 10 bilhões de euros por ano, com um impacto no emprego estimado em cerca de 90 mil colaboradores.
Cada euro gasto pelos visitantes nos eventos gera 2,4 euros de produção e 1,1 euros de valor acrescentado para a economia do turismo nacional, estima o relatório da Prometeia-Aefi.
Segundo a consultoria, que pela primeira vez realizou um estudo sobre o impacto do turismo de feiras em Itália, as viagens ligadas ao segmento provocam uma despesa anual em bens e serviços turísticos de 4,25 bilhões de euros por ano (dos quais 204 milhões em impostos sobre o consumo), criando um valor acrescentado de quase 2 bilhões de euros.
“Queríamos mapear um dos efeitos macroeconômicos adicionais mais interessantes em relação aos negócios da feira gerados pelas empresas participantes”, disse o presidente da AEFI.
Segundo Giuseppe Schirone, coordenador da equipe da Prometeia que realizou o estudo, os viajantes da indústria de feiras tem, em média, gastos 60% superiores aos dos turistas comuns.
Estão previstos em 2023 cerca de 267 feiras internacionais e 264 nacionais/locais, com fluxos de visitantes que deverão regressar aos níveis pré-pandemia (cerca de 20 milhões de visitantes certificados, dos quais 1,5 milhões do estrangeiro).
A estadia média é de quase uma noite por visitante, que sobe para 2,5 noites para estrangeiros, enquanto o custo médio é de 170 euros por dia (235 euros para estrangeiros).
Confira um resumo (em italiano) das duas pesquisas trazidas pela AEFI: