Na tarde desta quinta-feira (03/09) a Associação Brasileira de Cenografia e Estandes (ABRACE) realizou o 6º ABRACE esse Talk. O convidado desta edição foi o Vereador Rodrigo Goulart, presidente da Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia.
Comandada por Paulo Passos, diretor-executivo da ABRACE, a Live teve como tema central o “Desafio da Retomada do Setor de Eventos”, com foco especial nas feiras comerciais. Goulart tem sido a ponte do setor de eventos com o poder executivo para tentar destravar o “nó” que se formou para a retomada das feiras e eventos de negócios na capital paulista. Se por um lado o Governo do Estado de São Paulo indicou o retorno das feiras comerciais no dia 12 de outubro – e de eventos “sentados” já na fase amarela, em julho – do outro a prefeitura proíbe a realização de qualquer reunião através do decreto 59285 (de 17 de março) e, até o momento, não liberou nenhum alvará para a realização de eventos.
“Infelizmente ainda temos uma miopia do poder executivo, de não entender o setor, uma atividade que tem grande importância para a economia. Acredito que o setor de eventos está muito mais preparado do que qualquer setor que já retomou suas atividades”, afirmou Goulart.
O vereador aproveitou para utilizar como exemplo uma comparação que tem sido normal na busca pela reabertura: shoppings centers. “O protocolo de eventos pode ser muito semelhante ao dos shoppings, mas a verdade é que o de eventos é até melhor. As medidas podem ser parecidas, mas nos eventos é possível, por exemplo, ter o controle de quem estará presente. Já expliquei esta questão para os representantes da saúde”, comentou.
A criação de uma frente parlamentar focada na área de eventos seria uma dos caminhos para tentar acabar com esta “miopia” dos governantes em relação a uma atividade que movimenta bilhões? Este foi um dos questionamentos de Marcelo Soares, presidente da ABRACE.
“A questão da representatividade é algo muito importante. Tudo que é melhor representado tem uma voz mais ativa. Cada um de vocês fez uma opção de voto, e é preciso que ocorra um acompanhamento do trabalho do vereador e, se possível, escolher alguém que represente o seu setor. Estamos no fim de um mandato e agora é o momento de buscar quem já fala para o setor ou colocar alguém que possa melhor representar vocês no município, no estado e também no Congresso Federal”, explicou.
Também presente na Live organizada pela ABRACE, Abdala Jamil Abdala, presidente da UBRAFE, foi incisivo ao cobrar uma resposta sobre o que mais é preciso ser feito para resolver este impasse. Além de prejudicar o restante de 2020, a indefinição já ameaça o primeiro trimestre de 2021 do setor de feiras de negócios. “Já estivemos junto com você na Secretaria da Casa Civil, onde havia uma certa confusão sobre o que é feira e o que é evento. Já explicamos e esclarecemos a diferença. Já peregrinamos por diversas secretarias, estamos parecendo bolinha de pingue-pongue, batendo de porta em porta e não temos nenhuma solução”, afirmou Abdala.
Goulart indicou não ter uma resposta, mas propôs mais uma rodada de reuniões de representantes das entidades do setor com os secretários da Casa Civil e da Saúde para descobrir o que está errado em toda essa questão. “Primeiro pediram os protocolos, vocês fizeram e entregaram. A resposta agora tem que ser sobre o que precisa ser feito. Sei que os funcionários do setor estão todos desesperados. Eu sinto essa mesma indignação de vocês, me sinto responsável também. Sou um aliado da atual gestão, mas não sou um alienado. Quando é preciso criticar, eu critico. Precisamos de resposta do poder público, é isto que temos buscado”, completou o vereador.
O Anhembi foi outro tema que apareceu durante a Live. Armando Arruda, da UBRAFE, questionou qual o atual estágio do processo de concessão do equipamento. “A questão do Anhembi é fundamental. Quanto mais m² disponíveis, melhor. O modelo de concessão que nós aprovamos na câmara, é mais atraente. O São Paulo Expo é um exemplo positivo de concessão pública, está sendo muito bem utilizado. Havia a preocupação na época da privatização que não poderíamos tratar o Anhembi, com toda a história que tem, como uma especulação imobiliária, como seria na privatização”, explicou.
Suzi Camargo, presidente da ABEOC-SP, relembrou novamente o vereador sobre a importância da publicação de um decreto em substituição ao 59285, o que permitiria que os alvarás para salvar o último trimestre de 2020 fossem retirados.
“Me entristece participar desta reunião e não ter uma resposta definitiva. Seguirei apoiando as decisões que vocês tomarem. Espero que tenhamos esta retomada, quero comemorar ela em alguma feira ou congresso junto com vocês, e espero que seja breve!”, finalizou Goulart.