É isso que estamos fazendo, juntando os cacos do que restou do nosso mercado. Alguns cacos se encaixam, mas outros estão tão despedaçados que não conseguimos mais juntar e colar.
A cola para fixar os pedaços, é ajuda financeira do governo. Mas a cada dia que passa me parece mais difícil ter essa cola. E o vitral reluzente que sempre foi o mercado de eventos vai ficando mais capenga, frágil e difícil de remontar.
Alguns países conseguiram a cola e estão montando o vitral novamente. Alguns mais rápidos do que outros, mas seguem em frente, tentando juntar os cacos. E nós, será que conseguiremos juntar, colar e mostrar o nosso vitral em tempo do mundo não nos esquecer?
Passei duas semanas tentando achar a resposta. Pensei, refleti, perguntei aos mais experientes, participei de mais lives do que pude contar e nada de resposta. Foi quando voltei ao meu armazém, olhei minha frota de caminhões e empilhadeiras, vi a carga de expositores de eventos adiados e sentei-me em meu escritório.
O nó na minha garganta apertou e queimou. “Caramba, será que tudo isso vai para o beleléu? Será que quase duas décadas de trabalho duro meu, do Claudio, meu sócio, e de toda equipe não valem coisa alguma?”
Lágrimas de tristeza encheram meus olhos, meus batimentos aceleraram, e o receio de nunca mais ver a nossa frenética rotina bateu. Foi quando recebi uma foto da minha equipe operacional trabalhando no porto para exportar mais uma carga de evento que foi cancelado. Nossa equipe é a melhor do universo, e aqueles caras usando máscara, capacete, colete, tudo como manda a regra, executando com esmero sua função não podem ficar à mercê de um governo que não nos enxerga. O mercado de eventos no Brasil não pode ficar à mercê.
O que mais teremos que fazer para conseguir a cola que tanto precisamos para remontar o nosso vitral e continuar reluzindo?
Essa resposta ainda não encontrei. E você, encontrou?
Para toda pergunta complexa há uma resposta: simples, curta e errada. Mas, nem por isso, devemos desanimar… O mundo é mudança e como dizia Machado de Assis: “A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.”
Lembro de um adjetivo que você me disse, Mari: “Batuta” e se encaixa perfeitamente a você!