Desde que iniciamos o processo de reabertura e retomada de encontros nas empresas, em pequenos meetings, eventos e até feiras muita coisa tem acontecido.
As experiências das expos realizadas em Santos e em outros locais através da EXPO RETOMADA apresentaram excelentes resultados tanto em adoção de protocolos quanto em não disseminação com testes realizados pós-eventos.
Apesar disso, organizadores de feiras já relataram a recusa na participação pelos exibidores e patrocinadores, especialmente em função da nova variante delta, seja por volta a quarentena e home office nos países de origem das multinacionais quanto pelo crescimento da mesma aqui no Brasil. Expositores brasileiros, em sua maioria, tem confirmado suas participações nos eventos, com um olhar diferente, naturalmente pressionados pela situação econômica.
Algumas experiências estão nos trazendo outros tipos de aprendizados nesses processos. Já sabemos que boa parte das Marcas e empresas informaram manter as restrições de circulação das equipes até Dezembro de 2020, o que dificulta fazer viagens para estar presentes em Feiras, Congressos e até mesmo encontros internos das equipes.
Mas o que mais me chamou a atenção em casos de testes positivos nos encontros em que estive, em mais de uma situação, é algo que não está diretamente nos protocolos. Lidar com a frustração e o sentimento de culpa de quem aparece como teste positivo é uma delas. Essa pessoa em geral tem que se afastar imediatamente em uma área isolada, comunicar a sua empresa sobre o acontecido, prestar uma série de esclarecimento e responder perguntas que apoiem o registro mas também isente a empresa em casos de contaminação, tudo isso lidando com o susto do resultado.
Vi pouco ACOLHIMENTO, mas também pouco preparo pelos responsáveis que precisam aplicar os protocolos e pedir que o testado se retire do ambiente, porque é uma situação difícil. O que , de certa forma, leva a outra questão, o abalo na experiência de quem fica no evento diante do acontecido.
Notei também que cada empresa rege este protocolo de maneira diferente. Algumas empresas fazem o profissional ir até o RH carregando o resultado do seu teste por exemplo, o que na minha opinião, gera ainda mais circulação, não faz muito sentido.
Sendo assim, alguns insights interessantes surgiram:
– Viajantes devem sim fazer o teste antes de embarcar e se possível, agendar reuniões de times menores após a reunião principal e não chegar um dia antes, como tínhamos o hábito de fazer. Pode comprometer toda uma equipe que participaria de um encontro de área por exemplo, como já vi acontecer.
– Como fazer com viajantes que chegam no evento e testam positivo? Com os check-outs já realizados nos hotéis? Tentam antecipar os voos de volta para irem para casa se isolar? Voltam para um hotel, e nesse caso, custeado por quem?
– Em geral os protocolos das empresas em casos suspeitos ou testes orientam fazer quarentena de ao menos 4 dias, aplicar um novo teste para ver se há manifestação do vírus para assintomáticos, e para os que ficaram com a pessoa em questão, mesmo tendo todos testados negativos, o que parece uma boa precaução.
– Nem todos os eventos – especialmente pequenos encontros de trabalho – tem condições de bancar testagem e neste caso solicitam o “Passaporte de Vacina” para poder adentrar ao evento, que está disponível nos aplicativos federais, estaduais ou municipais em muitas cidades. Uma medida mínima, aliada a uso de máscara, distanciamento, serviço de A&B individual (e não em buffets ) e outras medidas nesta linha que podem minimizar transmissões.
– Apesar de 60 a 70% das grandes empresas pesquisadas por algumas fontes e veículos não estarem autorizando suas equipes a visitarem eventos e feiras, muitas empresas e profissionais são obrigados a circular por natureza do seu trabalho e também estão enfrentando essas questões.
Enfim, esta reflexão é para lembrarmos que, pelo que tudo indica, ampliaremos a reabertura dos Eventos e encontros, mas ainda conviveremos com protocolos e testes mesmo em 2022 para ajudar a promover segurança.
É muito possível retomarmos os projetos, mas normalizar estes protocolos e cuidados passa por ver o lado humano, já tão fragilizado, seja antes de tomar as decisões de proibição (profissionais muito frustrados com a falta de atualização e networking) , de participação (riscos de transitar – gestão e processos mais apurados) ou ainda de isolamento, se acontecer.
E você, tem se planejado para trabalharmos neste cenário com clareza e transparência para todos ainda em 2022?