Ministério do Turismo está garantido na próxima gestão

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Responsável pela transição de governo, o futuro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni anunciou na última quarta-feira (28) o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) como futuro ministro do Turismo.

Marcelo Álvaro Antônio tem 44 anos e foi reeleito em outubro para o segundo mandato como deputado federal. Ele conquistou a vaga na Câmara como o candidato mais votado em Minas Gerais, com 230 mil votos. Nascido em Belo Horizonte, Antônio foi vereador da capital mineira antes de se eleger deputado pela primeira vez, em 2014. O futuro ministro já foi filiado a PRP, MDB, PR e, neste ano, migrou para o PSL, partido de Bolsonaro.

O Ministério do Turismo foi criado em 2003, no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Compõem a estrutura da pasta o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur); a Secretaria Nacional de Estruturação do Turismo; e a Secretaria Nacional de Promoção e Qualificação do Turismo.

O atual chefe da pasta é Vinicius Lummertz, que assumiu o cargo em abril e que contava com o apoio do trade para seguir a frente do Ministério. Mesmo com a decisão de colocar um político no comando da pasta, associações importantes do setor de turismo celebraram a continuidade do Ministério que chegou a ter sua extinção cogitada.

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“Nosso grupo de abnegados que acreditou na missão tem que se sentir recompensado e orgulhoso. todas as ações nesse sentido foram eficazes. Afinal, como diz nosso slogan, ‘Turismo gera empregos'”, afirmou o atual ministro e ex-presidente da Embratur. “Que o governo que está assumindo o comando do Brasil e o novo ministro tenham muito sucesso. Obrigado pelo apoio incondicional do trade”, afirmou Lummertz

Aristides de La Plata Cury, consultor, conferencista, vice-presidente do núcleo de Turismo da Associação Brasileira dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) e presidente do Skål Internacional de São Paulo, apontou – no entanto – sinais conflitantes na escolha de Bolsonaro.

“O novo governo deu dois sinais conflitantes. O primeiro: fez uma indicação por critério político para o cargo de ministro do Turismo, seguindo uma prática usual, desde 2003! Ao que parece, essa foi a única indicação meramente política entre os nomes que até agora foram anunciados para compor a esplanada dos ministérios. Segundo: manteve o Ministério do Turismo, superando lobbies tradicionais, como dos Esportes ou mesmo da Cultura, para citar dois exemplos. Com isso, surpreende e sinaliza dar prioridade ao Turismo, que ocupa posição de destaque na composição do PIB do País e atua como vetor estratégico na geração de postos de trabalho. Pois então, que prevaleça a vontade política para dialogar com lideranças técnicas engajadas no desenvolvimento do setor”, disse Cury.

Legalização dos jogos, incremento da chegada de turistas estrangeiros, impostos, flexibilização de vistos, incrementos na malha aérea e questões ligadas ao desenvolvimento sustentável do turismo são alguns dos gargalos que Marcelo Antônio terá pela frente.

O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), Alexandre Sampaio, vai propor um encontro entre representantes do setor e o futuro ministro do Turismo para discutir temas gerais e estratégicos do segmento no Brasil.

No encontro também deve ser entregue o documento Turismo: +Desenvolvimento +Emprego +Sustentabilidade. O texto, que durante a campanha eleitoral foi dado ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, contém dados, expectativas e reivindicações.

Só no ano passado, o turismo no planeta atraiu mais de 1,3 bilhão de pessoas, gerou 292 milhões de empregos e movimentou US$ 7,6 trilhões. Desse total, o Brasil recebeu menos de 0,6% dos viajantes e faturou apenas 0,4% do valor global movimentado pelo setor de viagens.

Crédito da imagem: Valter Campanato/Agência Brasil