O momento atual do mercado de eventos no Brasil e o que esperar do setor nos próximos anos

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POR CLÁUSIO BARBOSA

O ano de 2020 foi desafiador para todos os setores, inclusive para o mercado de eventos. Congressos, palestras, cursos de todos os tipos tiveram que migrar para as plataformas digitais.

A Associação Brasileira dos Promotores de Evento (Abrape) estima que mais de 840 mil pessoas desse segmento perderam seus empregos. Em contrapartida, o mercado de eventos online cresceu 400% no último ano, segundo a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta).

Quem apostou em serviços de transmissões ao vivo ou gravadas, ajudou a estimular o mercado e deve permanecer utilizando esse modelo mesmo com a flexibilização e com a volta gradual das ativações presenciais, uma vez que os eventos online demandam menos tempo de organização e baixo investimento.

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Além disso, as atividades virtuais proporcionam um alcance bastante abrangente, reforçando o conhecimento e a presença da marca em novos mercados tanto no Brasil, como em outros lugares do mundo. Vale ressaltar que esse mercado é responsável por 4,32% do PIB do país, movimentando aproximadamente R$ 1 trilhão em quase 600 mil eventos realizados anualmente.

Segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn com 200 organizadores de ativações B2B no país, 83% dos participantes vão continuar trabalhando com esse modelo nos próximos doze meses ou mais, e 93% acreditam que a tendência vai continuar no futuro.

Outro aspecto importante é que os eventos online têm impulsionado diretamente o crescimento e uma oferta de serviços cada vez mais completa das plataformas de transmissão digital como o Youtube, Google Meet, Zoom e Microsoft Teams, por exemplo, que viram suas demandas aumentarem consideravelmente.

Dentre os formatos de mais sucesso, podemos destacar os webinars, transmissões online que permitem que especialistas compartilhem conhecimento por meio de vídeo e áudio. Um modelo que já tinha ganhado o público antes mesmo da pandemia, mas que no último ano conquistou o público de vez.

É inegável que o formato virtual possui muita aderência e deve manter o seu crescimento no Brasil e no mundo. Mas, com o panorama da vacinação no país, há uma expectativa de uma volta dos eventos presenciais em curto prazo. Em alguns países como a Inglaterra e agora os Estados Unidos, por exemplo, os eventos presenciais já estão de volta.

Aqui, não será diferente. Com a maior parte da população vacinada, os eventos presenciais devem voltar a todo vapor até o início do ano que vem.

Em maio de 2021, alguns estados já passaram a fazer eventos pilotos, que funcionam como testes, com menor número de pessoas e maior planejamento.

Porém, acredito que até pelo menos o primeiro semestre de 2022, os eventos presenciais ainda devem respeitar medidas sanitárias um pouco mais rigorosas, repensar nas dinâmicas do contato físico, usar termômetros ou testes de Covid na entrada, manter a redução no número de pessoas, além de necessitarem da ajuda do Governo para reorganizar as políticas tributárias e a liberação de linhas de crédito específicas.

Por mais um ano, o setor de eventos estará em contínua sobrevivência, para só depois voltar a faturar como antes.

Já o formato online, deve se manter em ascensão, e, a procura por novos modelos, plataformas e tecnologias para continuar entretendo o público.

Muitas empresas, por exemplo, devem continuar optando pelo formato híbrido para realizar suas palestras, cursos, seminários, e congressos pelo ótimo custo-benefício.

 Por isso, a importância de estudar o comportamento do público e entender que tipos de ações e atividades mais interessam.

*Cláusio Barbosa é CTO da Even3, startup de eventos virtuais