Por José Roberto Sevieri*
O turismo de negócios é um sub-produto das feiras e congressos, com uma rede de serviços que envolve transporte aéreo e terrestre, hospedagem, alimentação, casas noturnas e uma série de outras atividades ligadas ao turismo.
Mas as feiras e congressos também trazem outros setores para o desenvolvimento como cenografias, projeção, iluminação, sonorização, madeiras e placas para montagens de estandes, tintas para pinturas, pisos, carpetes, sinalização, cabos de energia, alimentação, mão-de-obra como recepcionistas e garçons, reunindo uma cadeia gigante de fornecedores.
Porém são atividades meio, servem para ajudar a viabilizar as feiras e os congressos.
Há décadas os líderes do mundo das feiras e congressos usam os exemplos de desenvolvimento desta cadeia de fornecedores, que atingem mais de 54 setores diferentes, como a grande importância para a sociedade, pelo simples fato que é mais fácil de se fazer entender.
Tanto que estes dois setores estão envolvidos com as Câmaras de Turismo dos Municípios, dos Conventions Bureau, dos grupos parlamentares de Turismo, se envolvem com as Secretarias de Turismo e até com o Ministério do Turismo e a Embratur.
E na pandemia este erro estratégico veio a tona, pois a sociedade entende que as atividades não-essenciais devem ficar paradas para não acontecer aglomerações como teatros, cinemas, festas sociais como casamentos, 15 anos e batizados, escolas, feiras e congressos.
Mas esta mesma sociedade entende que atividades essenciais, mesmo tendo riscos, devem funcionar como supermercados, transporte público, shopping center, restaurantes, bares, mercadinhos, praias, aviões, aeroportos e lojas, entre as mais importantes.
As atividades de feiras e congressos são vistas como entretenimento. E o pior é que dirigentes de empresas poderão começar a achar que são mesmo e dificultarem seus funcionários de participarem de eventos com a mesma frequência anterior.
O objetivo das feiras é de GERAÇÃO DE NEGÓCIOS, ou seja, tem como objetivo criar um ambiente de encontro de pessoas que buscam soluções para melhorar seus negócios com os fornecedores que desenvolveram ferramentas para estes processos e deveriam estar presentes nos fóruns de negócios, nas câmaras industriais e comerciais, nos grupos parlamentares de geração de renda e emprego e assim por diante, para mostrar o quão essencial é esta atividade.
O objetivo dos congressos é o de DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS, em que as pessoas participam para aprender novas técnicas e novos formatos que possam melhorar as empresas, os atendimentos sociais e de saúde, a melhoria de todos, incluindo a própria sociedade e assim apresentar a sua importância para todos, participando de grupos de geração de conhecimentos, de atividades universitárias, de blocos empresariais e ampliando sua capilaridade desenvolvimentista.
Com todo respeito aos fornecedores da indústria de feiras e congressos, ou estas atividades mudam a narrativa da sua importância ou continuarão a ser tratadas como parques de diversões do bairro, que poderiam funcionar nos fins de semana, conforme o humor dos governantes.
A ADVB – Associação Brasileira de Vendas e Marketing do Brasil tem muita preocupação com estes temas, pois a maioria das ações de vendas e o marketing acontecem dentro das feiras e os congressos trazem para o nosso setor mais luz para trabalharmos ainda melhor.
*José Roberto Sevieri é Vice-Presidente da ADVB-SP e Sócio proprietário da Proma Feiras