POR ALEXANDRE RODRIGUES
O setor de eventos talvez tenha sido um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19 no mundo inteiro.
As empresas, para manter o contato e conexão com seus públicos, tiveram que se adaptar rapidamente ao novo cenário e partir para a realização de seus eventos por meio de plataformas online.
Após um ano e meio vivendo essa realidade, o momento agora começa a se transformar mais uma vez. Com o avanço da vacinação no Brasil, muitos estados se preparam para a retomada dos eventos no formato presencial.
Dentro deste contexto, assim como no início da pandemia, quando muitas dúvidas e incertezas surgiram, essa retomada também gera muitos questionamentos, como, por exemplo, se estamos realmente na hora de reabrir para o modelo presencial e qual será o futuro dos eventos digitais.
A tendência é de que o retorno ao modelo presencial ocorra gradualmente em 2021 e ganhe mais aderência das empresas e do público a partir do ano que vem, tendo em vista que a vacinação em massa caminhe da maneira esperada.
Assim, a expectativa é que já no 2º trimestre de 2022 os números de reservas em hotéis, restaurantes e espaços de eventos possam performar de forma semelhante aos índices pré-pandemia.
Com essa retomada sendo vital para a maioria das empresas do setor, existe uma movimentação muito grande para permitir que este retorno seja feito com o máximo de atenção a todos os critérios e normas de segurança.
Muitos serão os desafios das empresas na retomada. Convencer a si mesmas e aos convidados de seus eventos de que é seguro estar fisicamente presente e que os benefícios superam os riscos, certamente serão os principais para as companhias que optarem por voltar neste momento.
Eventos-teste são muito importantes nestes primeiros meses, necessários para mostrar que pode ser seguro retomar eventos por meio do cumprimento de protocolos de segurança sanitária.
Testagem rápida para Covid-19 na entrada, acesso controlado por QR code sem a necessidade de intervenção humana, corredores mais largos para garantir o distanciamento, restrição de permanência no evento e o uso obrigatório de máscaras em todos os ambientes são alguns dos protocolos principais dos quais os profissionais do setor devem se acostumar a vivenciar ainda neste ano.
A volta dos eventos presenciais é um desejo que extrapola o mundo corporativo, uma vez que a grande maioria dos brasileiros sente falta da proximidade humana.
Entretanto, para as marcas, o momento ainda deve ser de cautela. Expor empresas, colaboradores e convidados a algo que ainda não tem 100% de comprovação de segurança pode ter efeito contrário e passar uma imagem de que a empresa não está preocupada com a saúde das pessoas presentes, afetando diretamente sua reputação.
Mesmo com todo esse cuidado, a expectativa para os próximos anos para o segmento é muito positiva, abastecida pela enorme expansão de eventos online. A experiência digital chegou para ficar.
Somente em 2020, esse tipo de mercado movimentou US$78 bilhões no mundo todo. A expectativa é de que o setor cresça a uma taxa composta de 23,2% ano após ano, entre 2020 e 2027.
Muitos fornecedores se reinventaram nos últimos 18 meses, e essa reinvenção com certeza será benéfica para o mercado como um todo, que tende a crescer em ritmo nunca antes visto.
Portanto, as estratégias do mercado de eventos passarão a ser complementares, e não substitutas, a partir daqui. Vivíamos até março de 2020 a “era de eventos presenciais”. Com o infeliz advento da pandemia, passamos a viver a “era de eventos digitais”.
Agora começa a “era de eventos híbridos”, onde poderemos somar o melhor dos dois mundos, trazendo soluções diversas e completas para organizadores de eventos que desejam entregar conteúdos estratégicos e uma experiência incrível para seus convidados.
*Alexandre Rodrigues é cofundador e CEO da Evnts, startup de tecnologia que permite a realização e gestão de eventos corporativos e digitais de ponta a ponta