POR MALU SEVIERI
No início de novembro, no artigo “Do Brasil à Europa – vocês não imaginam o prazer que é voltar a viajar, ou melhor, trabalhar!”, eu contei sobre a minha experiência com a retomada do setor de eventos no Brasil e no exterior. Alívio e felicidade se combinavam em uma sensação única após esses quase dois anos parados.
Pois, bem, de 15 a 18 deste mês, voltei à Alemanha para participar da MEDICA, a maior feira da indústria de saúde do mundo. E que sucesso! Foram mais de 46 mil visitantes, de 150 países, que consagraram a coragem da Messe Düsseldorf após uma feira digital e meses de incertezas.
Aqui no Brasil, o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, reuniu o maior público da história, levando ao Autódromo de Interlagos, quase 200 mil pessoas, recorde de público no equipamento municipal.
Não custa ressaltar que, ao que tudo indica, estamos atravessando a pandemia e fazendo uma retomada econômica, onde a geração de empregos é fundamental, e nossa capacidade de realizar grandes eventos, inclusive internacionais, é inconteste. É hora de fazer a máquina funcionar novamente.
Vejam bem, acima eu disse que ESTAMOS ATRAVESSANDO A PANDEMIA, o que não significa que já a vencemos, muito pelo contrário, o vírus ainda circula entre nós e as medidas de prevenção, como uso de máscaras e cuidados redobrados com higiene, não podem ser abandonados.
No artigo anterior, eu comentei que na Europa já é comum as pessoas caminharem sem máscaras, talvez isso, aliado ao negacionismo de muitos quanto a eficácia das vacinas, ajude a explicar essa nova onda de Covid-19 em países europeus, como na Alemanha, onde atuo diretamente. Os indivíduos estão relaxando e o coronavírus continua infectando. Felizmente, o número de mortes segue diminuindo, mas tudo o que não queremos, sequer precisamos, são instituições hospitalares em cenário caótico novamente.
A retomada é real e importantíssima. Esperávamos há muito por ela, especialmente sob a perspectiva da indústria de eventos, tão importante para a movimentação econômica e justamente por isso, o nosso setor tem a obrigação de promover a prevenção e o cuidado.
Se a pandemia voltar a ganhar força, lá vamos nós pararmos novamente, afinal, não temos apoio governamental e na hora de apontar possíveis culpados ou propulsores de contágio, somos os primeiros a ser rechaçados.
Precisamos realizar eventos, mas precisamos também ser multiplicadores de responsabilidade e conscientização. Os cuidados não podem parar, o uso de máscaras não pode ser abandonado, o álcool em gel continua a matar esse e outros vírus, e bactérias. Higiene é saúde hoje, amanhã e depois.
Estamos empolgados pelo retorno, mas também devemos estar em alerta sempre.
*Malu Sevieri é CEO da Emme Brasil (representante da Messe Düsseldorf) e diretora da Medical Fair Brasil