Por Márcio Guerreiro
Quando assistia às aulas de Marketing na faculdade, conheci o primeiro P que mudaria parte de minha vida: Phillip Kotler, autor dos 4 Ps do marketing, conceito muito utilizado, até então, para o planejamento de campanhas publicitárias e alinhamento do Marketing Mix.
A estes, junto outros Ps, que permitem nortear algumas ideias relacionadas ao processo de comunicação.
De acordo com a teoria de Kotler, o Primeiro P refere-se a Produto, tudo aquilo que é oferecido aos consumidores, podendo ser algo físico ou algum tipo de serviço. O segundo é o P de Preço, que engloba custo, posicionamento e a proposta de Valor.
O terceiro P é de Praça, isto é, a distribuição do produto conforme potencial de consumo das praças escolhidas. O quarto P é de Promoção, a divulgação do produto, e este é o P que engloba a nossa parte de comunicação e eventos.
A comunicação mudou muito desde que iniciei minha carreira como profissional de mídia. Entre 70% e 80% da verba de programação, naquela época, eram destinados à TV Globo e o restante às demais emissoras e as editoras como o Grupo Abril, e seus icônicos títulos como Veja, Exame, Claudia e Elle, e à Revista Manchete.
A transformação digital provocou o boom de empresas de comunicação on-line, como UOL, BOL, IG, Yahoo, entre tantas outras. Também vieram os aplicativos até chegarmos ao cenário multiplataforma que estamos vivendo nos dias de hoje, e trouxeram como consequência a dispersão da audiência, outrora concentrada nas mídias de massa.
Com a quantidade de novas mídias e as mudanças de comportamento e consumo cada vez mais rápidas observadas nas sociedades e no mundo, nós, profissionais de comunicação temos de nos atualizar constantemente.
As novas gerações – e os novos consumidores – já não se interessam tanto por televisão, mas dedicam muito tempo a aplicativos que oferecem todas as informações de que precisam ou, ainda, permitem que produzam seus próprios conteúdos.
Nesse contexto, na maioria das vezes, precisamos simplificar e rever os planos de comunicação, porque os moldes do passado, já não atendem as novas demandas. Todas essas mudanças, no entanto, não fazem com que alguns conceitos percam seu valor.
O cliente encaminha o briefing e, mesmo intuitivamente, iniciamos o nosso trabalho permeando os famosos Ps da comunicação: O P de Planejamento é unânime para o início de qualquer projeto, que definirá para quem, quando, onde e em qual período e, o mais importante, como será rentabilizado o dinheiro investido pelo cliente.
O outro P tem correspondência direta com o nosso setor de eventos: o P de Promoção, etapa onde serão definidas as ações de comunicação, e hoje, não podemos falar de comunicação sem falar de Live Marketing.
Expressão que ganhou corpo nos últimos anos, o Live Marketing é o resultado da união de produtos, experiências e marcas em um mesmo ambiente. Ele utiliza-se de ações bem planejadas que interagem com o público, seja em eventos próprios, ativações e até mesmo no ponto de venda, em busca de engajamento. Esse tipo de ação pode despontar como ferramenta fortíssima de comunicação para compor a estratégia de vendas de um produto ou serviço.
E mais do que nunca, deve ser dada atenção especial às mídias próprias, como o site e redes sociais da empresa, mídias pagas e também a provocação das mídias espontâneas, estas que possuem bastante relevância quando a estratégia inclui uma ação de live marketing que, se bem alinhada com a estratégia da empresa, poderá gerar visualizações e até mesmo viralizar nas mais variadas redes sociais, alcançando uma audiência maior e mais qualificada.
Ainda que a pandemia tenha devastado o setor de eventos, precisamos focar em novos formatos, novos propósitos, persistência e, acima de tudo, profissionalização e pensamento positivo para a recuperação e perpetuação de nosso mercado que é tão importante para a composição das estratégias de comunicação de qualquer marca. E para isso, precisamos nesse momento incluir alguns outros Ps em nossos planos:
P de PENSAMENTO POSITIVO.
P de PREVISÃO e PROGRAMAÇÃO de vacina para toda a POPULAÇÃO.
P de PROTEÇÃO e PROTOCOLO para retomada do setor.
P de PROFISSIONAIS tantos quantos estão desesperados para retomada das atividades em PROL de sustento básico, e de outros tantos importantes que vêm ajudando o setor nesse momento tão difícil: incluindo PSICÓLOGOS E PSIQUIATRAS que estão tratando com sérios PROBLEMAS emocionais, dada a grave situação. E enfim o P de PACIÊNCIA para sermos capazes de PROJETAR o futuro e a PERPETUAÇÃO de nossas empresas, PENSAR em como reagir o mais rápido possível rumo a retomada, em segurança!
*Márcio Guerreiro é Presidente ABEOC SP e CEO da Mg Eventos.
