A AVID, gigante do setor de sistemas de edição não-linear, anunciou que não irá expor nas principais feiras de seu segmento em 2022, incluindo a NAB, IBC e NAMM.
Em entrevista para o portal TVTech, Jeff Rosica (CEO da AVID), deu mais detalhes da decisão que ultrapassa a questão da pandemia – que segue sendo também um fator relevante.
“Quando olhamos para este ano, especialmente olhando para um público internacional, tomamos a decisão de pausar mais um ano em 2022 e não fazer nenhuma exibição em nenhuma das principais feiras”, apontou.
“Em primeiro lugar, é a segurança. Temos que garantir que nosso pessoal esteja seguro e que as equipes estejam seguras. Mas também o ROI é fundamental. Essas grandes feiras são despesas enormes”, completou.
O executivo indica ainda que não quer ver acontecer a sua indústria o que viu acontecer na CES 2022, classifica como uma feira “muito difícil”.
“Nós nos preocupamos se conseguimos levar todos lá com segurança e também com o atendimento. Estes são grandes investimentos e temos que ter um retorno muito grande”, acrescentou.
Para 2022 a empresa pretende seguir em frente com o aprendizado tido ao longo de 2020 e 2021 e continuar se apoiando fortemente no conteúdo.
A empresa quase triplicou sua produção de conteúdo e provavelmente duplicará ou quadruplicará este ano. “Conteúdo digital pesado e fazer muitas coisas com parcerias – com muitas publicações comerciais”, afirmou.
Além disso a AVID pretende pegar a estrada e realizar road shows em diferentes cidades ao longo do ano, sempre ocupando locais em que seja permitido se reunir presencialmente.
A empresa considera essa uma abordagem mais segura e que pode garantir um bom resultado para a Avid e seus clientes que desejam se reunir e se encontrar.
“Os clientes realmente gostam do fato de terem mais coisas que mais pessoas podem acessar. Nem todos podem ir ao NAB ou IBC, mas todos podem acessar um vídeo. Todos podem acessar um evento virtual e mais pessoas podem acessar eventos locais”, explicou.
O CEO também indicou que a companhia fará mais em eventos presenciais e localizados em Tóquio, Londres, Paris e Nova York –áreas onde muitos de seus clientes estão.
“Além disso estamos investindo na renovação do nosso Centro de Experiência do Cliente. Estamos modernizando e investindo não apenas para trazer as pessoas fisicamente a nossa sede, mas também para fazer muito mais virtualmente daqui. É um investimento muito grande, próximo ao custo do NAB”, exemplifica.
Rosica pretende voltar com os investimentos consideráveis nessas feiras em 2023, mas não voltará a ser como era antes do COVID, “porque aprendemos a nos inclinar para as coisas com mais eventos virtuais e digitais.”
“O que eu acredito que será necessário para que essas feiras tenham sucesso no longo prazo? Eles terão que adaptar suas taxas com base no público que estará presente neles. Esses eventos são valiosos, mas também são caros”, disse.
“Eu acho que NAB e IBC são organizações maravilhosas, mas acho que eles vão ter que mudar seu mix, assim como nós fizemos. Acho que eles podem olhar mais tipos de eventos regionais e mais estratégias digitais, o que eles já vêm fazendo”, concluiu.
*A entrevista completa (em inglês) pode ser lida clicando aqui.