Na tarde desta terça-feira (27), o consultor, coordenador do comitê ABNT 142, e diretor-executivo da ABRACE (Associação Brasileira de Cenografia e Estandes), Paulo Passos, fez uma exposição do tema “Classificação dos Eventos/Feira de Negócios e a norma ABNT NBR 16004”.
A apresentação aconteceu durante reunião extraordinária da Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia da câmara dos vereadores de São Paulo.
Após a abertura feira pelo presidente da Comissão, o vereador Rodrigo Goulart, Passos explicou que, apesar dos avanços obtidos com a norma da ABNT, o município ainda carece de entendimento quanto ao que é o setor de eventos.
“Se algo ficou claro nesse momento de pandemia, é que tratar o setor de evento como um todo, colocando todas as tipologias dentro do um mesmo balaio, na verdade é um enorme e um grande equívoco. Fato é que há décadas o Executivo da cidade de São Paulo não separa em suas políticas públicas o setor de eventos por suas classificações ou mesmo suas diferentes terminologias. É esse equívoco que precisamos corrigir dada importância do setor para o município”, explicou.
Em 2016, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou a norma NBR 16004 “Eventos – Classificação e terminologia”, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Sustentabilidade na Gestão de Eventos do órgão, que fornece diretrizes para a classificação de eventos e estabelece os termos específicos utilizados no segmento.
Com a norma, houve uma regulamentação dos eventos, que passaram a ser oficialmente classificados por tipo, porte, abrangência e público.
“A ideia é que a prefeitura passe a criar políticas públicas específicas para cada tipo de evento, assim como já acontece com o carnaval, por exemplo”, explica Passos.
Conforme pontuou o diretor-executivo da ABRACE, a atividade evento contribui com o desenvolvimento da atividade econômica e turística do município, pois quando um evento ocorre na cidade, ele utiliza toda a sua estrutura básica e turística, como meios de transporte, hospedagem, estabelecimentos, comércio local e assim por diante.
“Eventos são ferramentas de fomento turístico que contribuem com melhorias e adequação na saúde, saneamento, vias de acesso, telecomunicações, segurança entre outros. O visitante de eventos demanda esses serviços gerando o que? Benefícios. Principalmente para a qualidade de vida para a população. Eventos também contribuem para valorizar atrativos culturais, naturais, sociais do destino onde eles são realizados”, ressaltou.
Ainda de acordo com Passos, a melhor forma de promover o fomento dos eventos na cidade da maneira mais adequada é através da regulamentação municipal do setor por meio de uma legislação que utilize a norma da ABNT como referência.
“A ideia é a adoção de um Projeto de Lei que obriga o Executivo a tratar o setor de eventos como ele é: com classificação e terminologia. Dessa forma, é possível a adoção de políticas públicas que visem o fomento dos eventos em nosso município criando, não só mais empregos, mas gerando riquezas para São Paulo”, sugeriu.
Representante do Sindiprom-SP (Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo) na reunião, Armando Campos de Melo também defendeu a necessidade da adoção da norma NBR 16004 no município.
“Hoje foi o início de um processo e acredito muito nesta ideia que foi apresentada. A cidade de São Paulo não pode mais olhar para as feiras de negócios e enxergarem apenas as taxas que elas podem gerar. É preciso entender que elas são ferramentas de fomento para toda a economia da cidade. Esta é a base do projeto que foi falada hoje”, finaliza Passos.
*Com informações da Câmara dos Vereadores/Crédito da imagem: JRaposo | REDE CÂMARA