PO fala do novo momento da UBRAFE e do setor de eventos de negócios

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No início de junho deste ano a UBRAFE (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios), anunciou Paulo Octavio Pereira de Almeida, o PO, como seu novo diretor-executivo.

Em uma bate-papo com Roberta N Yoshida, do Portal Radar, o executivo falou sobre o novo momento da associação, que está intimamente atrelado à transformação pela qual o setor de eventos de negócios atravessa neste momento “pós-pandemia”.

Confira como foi esta conversa, na íntegra, no final da matéria e alguns recortes resumidos abaixo:

NOVO MOMENTO

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O segmento de eventos de negócios teve três pontos relevantes nestes últimos anos. O primeiro foi a pandemia, que ficará marcado para sempre no setor – e é algo que precisamos parar para refletir. O segundo é a digitalização/virtualização. Não discutimos mais se um vai substituir o outro e etc. O presencial, nesta retomada, se mostrou mais válido do que nunca. O debate é como trabalhar com estas tecnologias. O terceiro é que a UBRAFE passe a ter, realmente, uma abrangência nacional.

Ou seja, por isso é um novo momento. Não é por minha causa ou pela nova administração da UBRAFE. Estamos em um novo momento do setor.

Quando o Paulo Ventura (Presidente do Conselho de Administração da UBRAFE) e o Abdala Jamil Abdala (VP do Conselho de Administração da UBRAFE) me convidaram eu achei um desafio muito legal poder contribuir com minha experiência para este período tão desafiador.

A retomada tem acontecido de forma retumbante, mas estamos em um ano um pouco fora da curva, com eleições, Copa do Mundo e muitos eventos que eram entregas de 2021, acontecendo em 2022.

Em 2023 devemos voltar a uma normalidade, mas os desafios já estão postos e continuam aí. Sejam os desafios da UBRAFE, que é realmente representar a cadeia com abrangência nacional, seja o setor entender os benefícios e as potencialidades que a tecnologia pode trazer para o setor.

Sou apaixonado por este setor e, poder trabalhar agora do ponto de vista institucional, é uma honra e um desafio.

IMERSÃO COM ASSOCIADOS EM ITÚ (SP)

Antes da pandemia eu era o representante da RX (Reed Exhibitions) na UBRAFE, então eu mudei de lado de balcão. Agora deixei de ser associado para ser um gestor que irá ajudar a associação a desenvolver o seu futuro.

No final de julho reunimos 25 associados em um hotel em Itú para, em um final de semana, foi para responder uma pergunta de propósito: Qual o benefício de uma empresa se associar a UBRAFE?

Em qualquer negócio temos que fazer esse questionamento sobre a proposta de valor e na UBRAFE não é diferente. Então fizemos uma imersão de planejamento estratégico para propormos qual seriam as atividades relevantes.

Vale ressaltar que nestes últimos dois anos a UBRAFE fez uma mudança no seu estatuto. Se no passado ela era somente a associação que congregava os promotores de feiras, hoje essa proposta de valor é muito mais ampla, aceitando como associado as venues (centros de convenções e exposições), fornecedores e até associações.

A proposta de valor precisou ser reavaliada para entendermos qual a proposta de valor que a associação tem que oferecer aos seus associados a partir deste novo momento.

Eu não posso, por exemplo, comparar um grande promotor que organiza de 10 a 15 feiras na cidade de São Paulo com um promotor de Porto Alegre que faz apenas uma feira por ano.

Então revimos o valor das taxas associativas, abaixando o valor de acordo com o m². Já tínhamos feito este movimento com as venues. Fizemos isso também com fornecedores e vamos fazer também com as pessoas físicas – também aceitar agora na UBRAFE.

Com a aprovação dada pelo Conselho da UBRAFE para estas mudanças de taxas associativas, podemos ampliar o número de associados até o final do ano e com abrangência nacional.

Estou conversando com várias venues e promotores de feiras de todo o Brasil. Nosso encontro foi um alinhamento dos ponteiros.

ABRANGÊNCIA NACIONAL

Temos como associado a FIERGS (Porto Alegre), o ExpoMinas (Belo Horizonte), o Centro de Convenções de Salvador com a GL events. O Centro de Convenções de Teresina virou associado esta semana. Ou seja, não é que não existe uma abrangência, mas vamos buscar mais.

Eu acredito que não temos que buscar o quantitativo. Pelos cálculos que fizemos em Itu, se tivermos entre 50 e 60 associados, nós conseguiremos falar que representamos 90% do mercado de eventos com foco em negócios.

É um trabalho de formiguinha, mas não estamos começando do 0, a UBRAFE tem um legado muito grande.

INTELIGÊNCIA DE MERCADO

A UFI, a associação global da indústria de exposições, divulga o tamanho do mercado brasileiro. Eu estou pegando esses dados para passar para eles de uma forma mais consolidada dizendo quais são as venues e seus tamanhos, que tipo de eventos que elas recebem, quais são os promotores e suas principais feiras.

Essa informação é super estratégica e você pode imaginar que isso mudou radicalmente nos últimos dois anos. Não podemos deixar este tipo de informação relevada a um segundo plano.

PARCERIAS

Estou criando uma série de parcerias que tenham interesse para os associados. No dia 6 de setembro, por exemplo, vamos fazer para todos os associados uma reunião virtual onde colocaremos um escritório tributarista parceiro para falar sobre o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos)

ESFERA PÚBLICA

Aqui em São Paulo queremos abrir uma frente de discussão, queremos criar o “Descomplica Evento” como se fosse um Poupatempo para o setor. Isso para facilitar com que os promotores consigam as informações e alvarás do poder público de uma forma menos burocrática. Mas precisamos fazer isso juntos, conversar com as outras associações, entender quais são os pontos relevantes e juntos corremos atrás.

RELEVÂNCIA DO SETOR

A relevância de um evento de negócio no nosso setor não é o seu tamanho. Eu o visito porque ele é importante, representa aquele setor, porque que vou conseguir conversar com pessoas que são as mais importantes daquele negócio.

Eu acho que com o passar dos anos entramos em uma espiral com esse negócio de “tamanho do evento” e a pandemia derrubou esta questão. A proposta de valor de relevância é a coisa mais importante O número de pessoas ou o tamanho que o evento ocupa fica em segundo plano.

Tenho conversado bastante com promotores e posso dizer que a questão do m² já é “old school”.

PAUTAS PARA O FUTURO

Eu ainda acho que o nosso setor ainda será mais impactado pela pauta ESG. Ainda não estamos falando nisso de uma forma mais proeminente. Ainda estamos saindo da pandemia, vivenciando um outro momento. Mas acho que em breve o ESG entrará forte na pauta. Podemos fazer o presencial de uma forma melhor.