Joãozinho, 12 anos. Montado em um cavalo de aluguel em Campos do Jordão. Desesperado porque o cavalo se negava a andar um pouco mais rápido, chamou o dono do cavalo e disse: prefiro um cavalo que eu tenha que segurar, a este que eu tenho que bater para que ele ande.
Ouvi pensativo aquela reclamação do Joãozinho. Não será também assim numa empresa? Sem querer comparar pessoas a cavalos, mas fazendo uma simples analogia, vejo que todos preferimos colaboradores que precisamos “segurar” aos que precisamos “fazer andar”. É preferível ter gente em nossa empresa que faça, vá, corra riscos, erre, a ter pessoas que ficam paradas, eternamente esperando ordens, apáticas. O desespero do Joãozinho me fez lembrar inúmeros empresários e dirigentes empresariais tendo que lutar para que seus companheiros andem, façam, proponham, assumam, corram riscos.
Outro dia mesmo assisti a um presidente de empresa frente a um conselho de acionistas tendo que ouvir: “Você é o responsável! Contrate novas pessoas; treine as atuais; reorganize e reestruture; mas faça! Cumpra suas metas! Apresente os resultados com os quais você se comprometeu perante os acionistas. Enfim, assuma! Cometa erros, mas não fique esperando que as coisas aconteçam. Elas só acontecerão se você fizer acontecer.” Terminada a reunião, após a saída do presidente executivo, os conselheiros-acionistas comentavam: “É preferível ter um executivo que erre a um que tenha medo de fazer”. Ou seja, a mesma reclamação do Joãozinho com o seu cavalo lento e preguiçoso.
Assim, em todos os níveis, é preciso que todas as pessoas compreendam esta lição. Se você vir alguma coisa errada com um produto de sua empresa – chame a atenção; fale! Se você souber de alguma coisa que possa comprometer a relação de sua empresa com o mercado – chame a
atenção; fale! E se você tem o poder de agir; aja! Não fique esperando. Corra riscos para defender a sua marca, o seu cliente, o seu produto, a sua empresa. Muitos poderão reclamar de você. Mas, acredite, no final, tendo você honestidade de princípios na sua atuação e tomando as atitudes corretas, você será reconhecido por quem realmente interessa.
Nesta semana, pense em qual cavalo você prefere? E pense qual tipo de “cavalo” é você? Você é dos que andam, galopam, fazem acontecer ou dos que precisam ser empurrados para a ação ou puxados para que andem?
Pense nisso. Sucesso!
Por Luiz Marins, antropólogo e autor de 25 livros e 500 DVDs sobre gestão
Texto tirado da Radar Magazine edição 34.
Para ter acesso a versão digital da Radar Magazine 34, acesse: https://issuu.com/revistaradarmagazine/docs/_rm34_issu