Como será 2017? Quem terá medo deste novo ano? O que fazer?
Terá medo de 2017 aquele empresário ou empreendedor que não entender que as vantagens comparativas do Brasil ainda são muito atraentes para os investidores. O mundo está a cada dia mais complexo. Ninguém sabe como será o governo Trump nos Estados Unidos. Ninguém consegue prever as consequências reais da saída da Grã-Bretanha da União Europeia, nem do crescimento dos partidos radicais de direita na Europa e no resto do mundo. Ninguém pode prever o que acontecerá com a Síria, com a Turquia, com o Oriente Médio, com a China, com a Rússia, com o Sudeste Asiático ou com a Venezuela. O mundo nunca esteve tão conturbado, afirmam os mais abalizados analistas internacionais das grandes universidades de todo o mundo.
O Brasil tem um estoque genético riquíssimo, que estimula a adaptação e a tolerância. Temos a maior população de alemães fora da Alemanha; japoneses fora do Japão; italianos fora da Itália. Temos mais libaneses no Brasil do que no Líbano! Isso nos faz um país tolerante e quase imune a fundamentalismos. Não temos problemas étnicos ou religiosos sensíveis no Brasil. Temos um território de mais de oito milhões de quilômetros quadrados falando um único idioma e não temos problemas de fronteira. Estamos entre as cinco maiores democracias do mundo, com instituições consolidadas e independentes. E mais do que isso, temos terra, sol, água e tecnologia para abastecer um planeta cada vez mais faminto.
Além disso, sabemos de forma clara as reformas que temos de fazer (previdência, trabalhista, política). Temos um povo que acordou do seu torpor de décadas, aprendeu a exigir seus direitos e não permitirá mais os engodos do passado, desde a corrupção desenfreada até o populismo inconsequente.
Assim, terá medo de 2017 aquele empresário que ficar esperando e não se preparar para a retomada do crescimento que começará neste novo ano. Terá medo o profissional que não se preparar e não se tornar mais competente e comprometido; o político corrupto; o executivo pouco ético e corruptor; e a empresa que espera que o governo a socorra. Enfim, aquele brasileiro que não acreditar que o mundo mudou, que o Brasil mudou e que agora é hora de começar a mudar. Terão medo os mesmos que sempre ficaram parados no acostamento torcendo para que a nebline não baixe e que o Brasil não dê certo.
Pense nisso. Sucesso em 2017!
Por Luiz Marins, antropólogo e autor de 25 livros e 500 DVDs sobre gestão
Texto tirado da Radar Magazine edição 36.
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