Estima-se que o turismo de reuniões internacionais na América Latina, até maio de 2020, tenha perdido U$S 738.763.200, segundo dados da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA). Para reverter este quadro, a mudança de modelo empresarial, a capacitação, a resposta sanitária, a segurança e a sustentabilidade serão a chave para sua subsistência.
Dos 1396 congressos e reuniões internacionais apontados pelo ICCA e projetados para 2020, 74% foi afetado pelo coronavírus, segundo a última pesquisa realizada com 625 presidente de associações regionais e internacionais da América Latina e o Caribe, integradas a ICCA. Os 26% restantes aconteceram entre janeiro e março de 2020.
Do total de afetados, 20% foram cancelados, 30% postergaram para o último quadrimestre desse ano, 40% reprogramou para 2021 mantendo o mesmo destino, enquanto os 2% restante preferiu realizar o encontro de forma 100% virtual, segundo manifestou o diretor regional para América Latina e o Caribe do ICCA, Santiago González.
Isso significa uma perda de 70% do público assistente, ou seja, 439.740 participantes estrangeiros de um total de 628.200 estimados.
Impacto
O gasto diário do turista de congressos é de U$S 420,00 numa média de 4 dias de estadia. Até maio estimou-se que o impacto econômico das reuniões internacionais canceladas ou postergadas só na América Latina foi de U$S 739.763,200, com um efeito multiplicador espalhado pela economia local de 2,6 por cada gasto extra do turista, de acordo com o estudo “Impacto Econômico no Setor de Congressos”, realizado pelo ICCA.
As reuniões associativas representam 19,8% do setor de Encontros, Incentivos, Conferências e Feiras globalmente, segundo a mensuração da Oxford Economics para iniciativa do Conselho Internacional de Eventos.
São 463.000 postos de trabalho diretos gerados pelas reuniões na América Latina. Estima-se que no Uruguai esse número gira em torno de 5 mil empregos. Essa indústria por sua vez repercute no incremento do turismo de lazer em até 40%.
Com a incerteza predominante “sabemos que a reabertura do setor será realizada por escalas: primeiro localmente, logo regionalmente e depois mundialmente”, prevê González. Entre os fatores chaves da reativação, assegurou o diretor, estará na resposta sanitária de cada destino.
“Antes, os cuidados de saúde não estavam entre os requisitos básicos para um destino ser eleito para um congresso porque era um dado adquirido”, seguiu Gozález. Os requisitos revisados anteriormente eram a conectividade aérea, facilidades dos participantes de ingressar ao país, segurança, infraestrutura hoteleira, serviços e recursos humanos capacitados.
Na mesma linha desenvolve-se um “passaporte sanitário” em âmbito global, onde quem o tiver poderá viajar e participar de reuniões potenciais. Outro fator determinante, levando em consideração que os eventos passarão a ser híbridos, “é contar com Internet e uma sala de streaming”, acrescentou. Isso tudo exige “trabalhar o modelo de negócio de cada organizador de reuniões e de cada país”. “É necessário manter o setor ativo e capacitar ao setor para refletir sobre o tema para quando se reative a economia”, completa González.
A maioria dos eventos será menor. Isso leva à existência da “hipersegmentação” das empresas patrocinadoras. Para González é vital gerar conteúdos de excelência e poder explicar por que se é útil, assim como a valorização da experiencia presencial.
Fonte: Ministério do Turismo do Uruguai