O vice-governador de SP, Marcio França ao lado de Domingos Leonelli, Alexandre Sampaio da FBHA e Eduardo Barbosa, da Braztoa
Nacionalizar um produto turístico regional e incorporar a iniciativa privada para a ampliação de renda, serviços e promoção internacional. Essa é a proposta do Seminário São João do Brasil”, realizado pelo Instituto Pensar em parceria com a Promo Inteligência Turística, que busca junto a cadeia produtiva do turismo, entidades e governo, a formatação de um novo produto turístico cultural unificado.
Segundo o presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, a proposta do seminário é discutir e difundir a transformação das festas juninas em um único produto turístico para que haja maior potencialidade de promoção dentro e fora do país, tornando o “São João do Brasil”, um produto competitivo para as temporadas de inverno.
“Hoje o Brasil tem apenas um produto turístico em caráter nacional que é o Carnaval. Precisamos unificar estas festas e transformá-las em um produto turístico que possa ser comercializado no país e no exterior e promover o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do turismo e do setor de serviços de uma maneira geral”, comentou.
De acordo com o vice-governador do estado de São Paulo, Marcio França, o desafio para a criação de um produto sólido que contemple o desenvolvimento econômico e cultural de cada região, estado ou cidade está diretamente ligado à criatividade. “Hoje tudo está atrelado a economia criativa. Não podemos desagregar recursos para viabilizar produtos. Temos que somar esforços. São Paulo hoje trabalha desta maneira”, comentou.
Segundo França, a inteligência de novos modelos de negócios, processos, tecnologias e outros decorrentes da criatividade, como imaginação e inovações constantes são determinantes para a o desenvolvimento para um país como o Brasil. “Temos que constantemente buscar o desenvolvimento e difundir nossas ideias em conjunto seja em esferas de governo ou por meio da iniciativa privada. Temos que unificar estes espectros”, disse referindo-se à criação de um São João do Brasil participativo, que envolva todas as comemorações.
Para a senadora e vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, Lídice da Mata, o São João é a bandeira de promoção do Brasil nos mercados doméstico e internacional. “Hoje a procura por Carnaval é muito grande, mas o São João recebe uma quantidade de turistas muito maior que as festas no eixo Rio-São Paulo”, disse
Leonelli destacou ainda que antes de comercializar e transformar o São João do Brasil em um produto internacional é extremamente necessário que todas as festas ganhem força no mercado regional e se tornem, com a ajuda do Ministério do Turismo um produto, inicialmente, para o mercado interno.
“Temos os festejos de São João em diversas regiões e estados. No Nordeste, em Parintins (AM), em Brasília ou mesmo em São Paulo, a unificação é fundamental para que possamos proporcionar em um único produto toda característica da cultura regional brasileira”, disse. Segundo ele, a unificação desta amplitude cultural prevê, em curto prazo, o desenvolvimento das industrias e comércios locais, participação de investimento privado, inclusão de indústrias criativas e principalmente a promoção do país nos mercados domésticos e internacional. A formatação do produto São João do Brasil inclui todas as festas da região Nordeste, Brasília, Belo Horizonte, Parintins, São Paulo e outras realizadas no Sul do País.
MTur – Um produto que deve ser formatado pelo Ministério do Turismo para que possa ganhar amplitude nacional e internacional com a participação da Embratur. Esse foi o discurso do diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marco Lomanto. Segundo ele, a promoção feita no exterior pela Embrartur – desde 2005 – já se utilizava do chamamento público “São João do Brasil”, porém a descontinuidade na divulgação – pela falta de um único produto dificulta na atração de turistas – converteu a trajetória de promoção que voltou a evidenciar destinos de praia e mar.
“Temos que potencializar e identificar as festas populares, formatar um produto e comercializá-lo deforma profissional, destacando os aspectos culturais, regionais, e socioeconômicos”, disse Lomanto.
Já o secretário executivo do Ministério do Turismo, Vinicius Lummertz, ressaltou que o MTur tem conhecimento de que o São João é um produto turístico cultural importante para a promoção de destinos e captação de recursos. “Temos que viabilizar o agrupamento de pessoas que vislumbrem onde podemos chegar com um produto como o São João do Brasil. Hoje o MTur está disposto a investir neste tipo de iniciativas”, comentou.
Segundo ele, é necessário desenhar um plano para que haja a captação de recursos que ajude, também, no desenvolvimento local [região, estados, cidades]. “Precisamos reunir as melhores cabeças do Brasil e pensar coo profissionalizar nossos eventos e a perspectiva de investimentos. Isso nos trará retorno econômico e ainda, o entendimento real do produto que vamos comercializar e disponibilizar para a cadeia produtiva”, afirmou.