Após um longo período de paralisações e restrições provocadas pela pandemia do coronavírus (Covid-19), o setor de eventos de cultura e entretenimento projeta um segundo semestre positivo.
Além da retomada total dos calendários de festas tradicionais, agendas de artistas nacionais e internacionais e competições esportivas, grandes eventos como a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos e o Rock in Rio vão movimentar o período.
“Sempre falamos que o nosso setor tem a capacidade de impulsionar a economia imediatamente e gerar empregos”, salienta Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE.
O hub setorial do segmento no país abrange 52 áreas (hospedagem, agências de turismo, empresas de segurança etc) e envolve 6,2 milhões de pessoas, entre empregadores, empregados e microempreendedores individuais (MEIs).
Representa um total de 647.828 empresas, 2.460.555 MEIs, que movimentam R$ 62,4 bilhões em massa salarial e R$ 41,9 bilhões em impostos federais. O faturamento é de R$ 334,2 bilhões (4,52% do PIB).
“Evento de cultura e entretenimento é investimento. Quem só têm acesso ao produto final precisa entender que a economia de milhares de cidades pelo país aumentam a arrecadação e devolvem para sociedade em forma de serviços públicos de qualidade”, aponta Doreni.
A tradicional Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, que acontece em agosto, é um exemplo. Para esta edição do evento, que acontece no município do interior de São Paulo após dois anos de paralisação, os organizadores estimam que 10 mil vagas de empregos diretos e indiretos estão sendo gerados nas áreas de turismo, serviços gerais, limpeza, jardinagem e arborização, construção civil e segurança.
O espaço onde acontece a festa também recebeu investimentos de R$10 milhões em reformas e ampliações, movimentando a cadeia produtiva da economia local e regional.
Doreni alerta, no entanto, para obstáculos que precisam ser superados e que são reflexos da pandemia.
“Além das empresas do setor ainda estarem se recuperando dos efeitos econômicos nocivos da longa paralisação, há o fator mão de obra”, afirma.
“Muitos profissionais procuraram outras formas de sobreviver no período. Dessa forma, um dos grandes desafios do segmento atualmente é recuperar essa mão de obra qualificada para manter o padrão de qualidade dos eventos”, finaliza.